Município da Moita: “DIA confirma todas as nossas preocupações”

Rui Garcia, presidente da Moita, município mais afectado pelo ruído do novo aeroporto, ficou desagradado com decisão e com falta de nova ponte sobre o Tejo

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daniel rocha

O presidente da Câmara Municipal da Moita, o município onde ficam as duas freguesias que o Estudo de Impacte Ambiental aponta como as mais afectadas pelo ruído dos aviões - Vale da Amoreira e Baixa da Banheira -, diz que a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) confirma as preocupações dos que receiam o novo aeroporto no Montijo.

“A DIA vem confirmar todas as nossas preocupações”, adiantou esta manhã Rui Garcia, ao PÚBLICO. “Não estou surpreendido, mas estou desagradado, porque esta é uma má opção, do ponto de vista estratégico para o país e para a região, mas também por razões ambientais”, acrescentou.

Para o autarca comunista, que é também presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), as condicionantes impostas pela Agência Portuguesa do Ambiente ao avanço do projecto são insuficientes.

“As medidas mitigadoras são muito pequenas em relação à grande dimensão dos impactes ambientais, e alguns dos efeitos, como o ruído e sobre a avifauna, não são sequer mitigáveis”, afirma.

Rui Garcia, entende, por isso, que o impacto ambiental da nova infra-estrutura, que é a “questão fundamental”, não fica resolvida por esta DIA.

Além disso, o presidente da autarquia alerta para os problemas nas acessibilidades que o novo aeroporto vai trazer à Moita e aos concelhos ribeirinhos da Margem Sul do Tejo.

“Sobre os impactes nos transportes e nas acessibilidades, as soluções propostas [na DIA] são quase nenhumas, pelo que não dão resposta às necessidades. A ligação da Margem Sul a Lisboa não é solucionável sem uma terceira travessia sobre o Tejo.”, diz.

A construção do aeroporto no Montijo sem a terceira ponte sobre o Tejo, vai, no entender de Rui Garcia, “provocar estrangulamento nas acessibilidades de ligação entre as duas margens do rio” e gerar um “elevado prejuízo para a região de Setúbal por via da afectação da capacidade de atracção de projectos e investimentos”.

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