Cori Gauff é o futuro e o presente

A jovem tenista norte-americana está a ter um bom desempenho no Open da Austrália.

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Cori Gauff Reuters/KIM HONG-JI

Tem 15 anos, muito ténis e muita simpatia. Qualidades a que os adeptos não ficam indiferentes quando Cori Gauff pisa o court. O apoio é imediato e, frente a Sorana Cirstea, a adolescente voltou a corresponder com uma exibição de muito querer e determinação. Foi assim que Coco recuperou de 0-3 no set decisivo e acedeu à terceira ronda do Open da Austrália. E continua a ganhar todos os seus encontros no Grand Slam que foram decididos no terceiro set.

“Tentei manter-me calma e positiva. Sempre acreditei que posso recuperar, independentemente do resultado”, frisou Gauff (67.ª), após vencer, por 4-6, 6-3 e 7-5, a romena Cirstea (74.ª), que deu ideia de poder sair vencedora, quando esteve a dois pontos do triunfo, quando a norte-americana serviu a 4-5 (15-30).

Depois de, na ronda inicial, ter repetido a vitória em Wimbledon sobre Venus Williams, Gauff vai agora reencontrar Naomi Osaka, que a eliminou na terceira ronda do Open dos EUA. A japonesa cedeu somente três jogos, mas, surpreendentemente, convidou Coco para a entrevista pós-encontro. “Se eu tiver um filho, vai ser uma coisa que vou querer que ele veja, pois mostra o que um competidor é na verdade. Podemos odiar a pessoa no court, mas fora dele gostamos dela”, frisou Gauff.

Osaka (4.ª) continua a defender o título e, num dia ventoso, venceu a chinesa Saisai Zheng (42.ª), por 6-2, 6-4, apesar de ter somado 30 erros não forçados.

Ashleigh Barty, líder do ranking, e Serena Williams não tiveram problemas para chegar à terceira ronda. Mas Barty vai agora defrontar a quase imbatível Elena Rybakina. A russa de 20 anos foi finalista em Shenzhen e conquistou o título em Hobart para surgir em Melbourne no seu melhor ranking de sempre (26.ª), mais de 150 lugares à frente da classificação com que iniciou 2019.

Outra jovem que se destacou no ano passado foi Iga Swiatek (56.ª). A polaca de 18 anos encerrou a época passada em Setembro, devido a lesão, e no primeiro encontro que realizou desde então, em Melbourne, afastou a experiente Timea Babos (88.ª), por 6-3, 6-2. Swiatek tem-se mostrado uma digna sucessora da compatriota Agnieszka Radwanska, pois ganhou a eleição do melhor ponto de 2019 no WTA Tour – um amortie que apanhou a adversária completamente de surpresa – e ficou muito perto de ser considerada a tenista preferida dos fãs – prémio ganho por Simona Halep.

Dayana Yastremska, 19 anos e já 21.ª do ranking ameaçou terminar a carreira de Caroline Wozniacki ao liderar ambos os sets com a dinamarquesa: 5-1 no primeiro e 4-2 no segundo. Mas a experiente Wozniacki (36.ª), que irá abandonar o ténis profissional após o Open, aproveitou o nervosismo da ucraniana para recuperar as desvantagens e fechar, no sexto match-point, com um duplo 7-5.

Noutro duelo de gerações, a espanhola Carla Suarez Navarro, de 31 anos, afastou Aryna Sabalenka (12.ª). A russa de 21 anos, que perdeu o pai há um mês, chegou a comandar a partida inicial, por 5-3, mas acabou por ceder os dois sets pelo mesmo parcial, 7-6 (8/6), para Suarez Navarro (54.ª), que está a realizar a sua última época no circuito profissional.

No torneio masculino, Novak Djokovic e Roger Federer venceram em três sets e Stefanos Tsitsipas beneficiou da desistência de Philipp Khlschreiber, para acederem à terceira eliminatória. O mesmo não aconteceu a Matteo Berrettini (8.º) que foi afastado pelo norte-americano Tennys Sandgren (100.º): 7-6 (9/7), 6-4, 4-6, 2-6 e 7-5.

Outro norte-americano, Tommy Paul, de 22 anos, também esteve em destaque, ao derrotar Grigor Dimitrov (20.º), no tie-break do set decisivo (até aos 10 pontos): 6-4, 7-6 (8/6), 3-6, 6-7 (3/7) e 7-6 (10/3). Considerado o mais talentoso da sua geração do ténis norte-americano – Tiafoe, Fritz, Opelka – Paul (80.º) esteve a dois pontos da derrota (5-4, 30-0) mas acabou por impor-se ao fim de quatro horas e 19 minutos.

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