Arquitecto Álvaro Siza fará a sessão de abertura do Festival Correntes d’Escritas

O encontro de escritores de expressão ibérica, que se realiza na Póvoa de Varzim, vai promover a literatura da Catalunha.

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Álvaro Siza Nelson Garrido

A sessão de abertura da 21.ª edição do Correntes  d'Escritas terá como convidado o arquitecto Álvaro Siza. O prémio Pritzker que no final do ano passado foi galardoado com o Prémio Nacional de Arquitectura espanhol 2019​ estará na Póvoa de Varzim a 19 de Fevereiro.

Na edição deste ano, o Correntes d'Escritas, encontro de escritores de expressão ibérica que se realiza na Póvoa de Varzim, vai promover a literatura da Catalunha. O destaque dado à literatura catalã foi esta quarta-feira anunciado, na apresentação oficial do evento, que se vai realizar de 15 a 23 de Fevereiro, e conta com a cooperação do Instituto Ramón Llull, de Barcelona, que trará ao evento quatro autores: Tina Vallès, Marta Orriols, ​Najat El Hachmi e Melcior Comes.

Participam ainda Clara Usón, Laia Martínez i López, também da Catalunha, a par de outros escritores de língua espanhola, como Rosa Montero e Miguel Rojo, de Espanha, a argentina Alexandra Zina, a chilena Carmen Yáñez ou o colombiano Juan Gabriel Vásquez, vencedor do Prémio Correntes d' Escritas em 2017.

“É uma honra estar num evento destes, em que a dimensão é muito maior do que imaginava. Sinto orgulho em estar promover um vínculo histórico entre a Catalunha e Portugal, e dar a conhecer o tesouro da literatura catalã, que já teve mais de 200 livros traduzidos para português”, disse Iolanda Batallé, responsável do Instituo Ramón Llull, presente na apresentação.

Para Luís Diamantino, vice-presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, entidade responsável pela organização e dinamização do encontro, a aproximação à Catalunha é “mais um importante passo na abrangência do Correntes d'Escritas”. “O livro é estrela deste encontro, e a sua promoção junto do público é a nossa missão. Queremos dar a conhecer, ainda mais, toda riqueza da literatura das línguas ibéricas, juntando escritores, editores, tradutores, agentes e leitores nestes dias na Póvoa de Varzim”, disse o autarca.

No dia do arranque do certame, também serão divulgados os vencedores dos prémios literários do festival e lançada a revista oficial do evento, desta vez dedicada à escritora Hélia Correia. À principal distinção do festival, o Prémio Literário Casino da Póvoa, no valor de 20 mil euros, concorrem este ano 15 obras de prosa, na categoria de novela/romance, seleccionadas por um júri composto por Ana Daniela Soares, Carlos Quiroga, Isabel Pires de Lima, Paula Mendes Coelho e Valter Hugo Mãe.

A Transparência do Tempo, de Leonardo Padura, Bilac vê estrelas, de Ruy Castro, Cair para dentro, de Valério Romão, Ecologia, de Joana Bértholo, Estuário, de Lídia Jorge, Fabián e o Caos, de Pedro Juan Gutiérrez, Memórias Secretas, de Mário Cláudio, Ninguém Espera por Mim no Exílio, de João Paulo Sousa, O Bebedor de Horizontes, de Mia Couto, O Centro do Mundo, de Ana Cristina Leonardo, O Invisível, de Rui Lage, O Nervo Ótico, de Maria Gaínza, Pátria, de Fernando Aramburu, Sua Excelência, de Corpo Presente, de Pepetela, e Também os brancos sabem dançar, de Kalaf Epalanga, foram os livros escolhidos para concorrer ao principal prémio do certame, que em 2019 foi conquistado por Luís Quintais, com a obra A Noite Imóvel.

Serão também atribuídas as distinções do Prémio Correntes d'Escritas/Papelaria Locus, que elege um conto ou poema inéditos de um jovem, entre os 15 e os 18 anos, do Prémio Literário Conto Infantil Ilustrado Correntes d'Escritas Porto Editora, escrito por alunos que frequentem o 4.º ano de escolaridade, e o Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha, que premeia uma obra inédita sobre a Póvoa de Varzim.

Para esta 21.ª edição do Correntes d'Escritas, a organização convidou perto de uma centena de autores de expressão ibérica, de 14 nacionalidades, havendo 30 escritores que participam pela primeira vez no evento, que se desenrolará, com múltiplas actividades, até 23 de Fevereiro.

Além de Hélia Correia, destacam-se escritores portugueses como Afonso Cruz, Ana Luísa Amaral, Ana Margarida de Carvalho, Gonçalo M. Tavares, Isabel Rio Novo, Jaime Rocha, João de Melo, José Gardeazabal, Luísa Costa Gomes, Patrícia Portela, Ricardo Araújo Pereira e Rita Taborda Duarte.

Do universo lusófono, estão anunciados autores como Germano Almeida e Mário Lúcio, de Cabo Verde, Abdulai Silá e Conduto de Pina, da Guiné-Bissau, Hirondina Joshua, de Moçambique, e Manuel Rui e David Capelenguela, de Angola.

Durante o certame vão realizar-se 10 mesas redondas, no Cine-Teatro Garrett, ponto central das actividades do Correntes d'Escritas, onde escritores e público vão interagir no debate de temas variados. Vão decorrer ainda várias iniciativas paralelas, como lançamentos de livros, acções de formação, concertos e exposições, e visitas a escolas por vários dos autores participantes.

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