Rio reafirma confiança na vitória das directas, embora admita que “nunca se sabe”

O candidato social-democrata recorda que a sua vitória na primeira volta foi “expressiva e não definitiva”

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Rui Rio votou na sede distrital do PSD-Porto João Coelho/Lusa

Rui Rio, candidato à liderança do PSD, declarou neste sábado estar “confiante” numa vitória à segunda volta nas eleições directas que decorrem este sábado em todo o país embora admita que “nunca se sabe”.

“Estou confiante, mas tenho sempre de pôr dois cenários, nunca se sabe”, afirmou Rui Rio, em declarações aos jornalistas, depois de ter votado na sede da distrital do Porto do PSD, ironizando que “até poderia pôr três [cenários], mas um empate é estatisticamente difícil”.

Chegou a meio da tarde à sede distrital do partido para votar. Chegou tranquilo, mas foi parco em declarações. Falou sobre a vitória da semana passada na primeira volta, considerando-a “expressiva, mas não definitiva “e o que é definitivo – sublinhou – “é que é importante”.

Rio recusou comentar as declarações recentes de Luís Filipe Menezes, antigo líder do PSD e candidato à Câmara do Porto em 2013, que disse que qualquer que seja o vencedor nestas eleições, o partido sai mais dividido do que nunca. Será preciso uma varinha mágica para conseguir que essas divisões acabem, disse o antigo autarca de Gaia.

Luís Filipe Menezes integra a comissão de honra da candidatura de Rio, recandidato à liderança do PSD e há uma semana juntou-se aos apoiantes de Rui Rio num hotel do Porto onde decorreu a noite eleitoral da primeira volta das directas no partido.

Rui Rio, questionado se teria sido útil que tivesse havido um debate televisivo com o seu adversário, Luís Montenegro, na corrida à liderança, desvalorizou: “Se tivesse sido [útil], tinha-o feito”, disse, abandonando a sala onde votou e cuja mesa era presidida pelo eurodeputado Paulo Rangel.

Um total de 18% dos militantes do PSD vota no Porto e mais de metade da vantagem, que Rui Rio conseguiu no país na primeira volta das directas veio do Porto.

Na primeira volta Rio venceu no Porto, Aveiro, Bragança, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real, Santarém, Faro, Beja, Portalegre e Évora. Os militantes dos Açores e pelo círculo da Europa também colocaram a cruz em Rui Rio.

A segunda volta das eleições diretas do PSD é disputada entre o actual líder do partido, Rui Rio, e o antigo líder parlamentar Luís Montenegro, que foram os dois candidatos mais votados na primeira ronda, com 49,02% (15.546 votos) e 41,42% (13.137 votos), respectivamente.

Questionado sobre se o discurso de “vitória expressiva” que fez no final da primeira volta não lhe poderá agora ser prejudicial, desmobilizando alguns dos seus apoiantes por considerarem que o resultado está garantido, Rio afirmou que a vitória “foi expressiva, mas não foi definitiva”, salientando que “aqui o definitivo é o que é importante”.

“Acho que uns podem pensar que já está ganho, outros podem pensar que já está perdido, e uns desmobilizam por uma maneira, outros por outra, e outros não, outros mobilizam-se… não sei”, admitiu.

Sobre se receia uma maior taxa de abstenção nesta segunda volta - depois de na primeira ronda a taxa de participação de 79% ter sido a mais alta de sempre em percentagem em directas – o ainda líder do PSD disse não ter informações a esse respeito, mas destacou que “esta eleição tem exactamente a mesma importância da semana passada”.

“Na semana passada, podia-se eleger o presidente do PSD logo à primeira. Era difícil, mas podia. Mas agora vai-se eleger mesmo, portanto, esta eleição é relevante. Espero que as pessoas venham”, sustentou.

Relativamente aos cerca de 20% de abstenção da primeira volta, considerou que foi “bom”, mas disse que “podia ser melhor”, e salientou que “não é comparável com aquilo que há a nível nacional”: “Exige-se mais, neste aspecto, dos militantes do partido, porque se são militantes têm um certo empenho e, portanto, a taxa [de participação] tende a ser melhor do que à escala nacional”, referiu.

Quanto à possibilidade de as acusações entre os candidatos de troca de apoios por promessa de lugares poderem levar a alguma desmobilização dos militantes nesta segunda volta, Rio respondeu apenas: “Não, não, não”.

“Estou tranquilo sempre, em todas as eleições que fiz na vida, e já fiz muitas. Esta situação que estou a viver já vivi muitas vezes, sempre tranquilo”, assegurou.

Garantindo ainda que não preparou, nem pretender preparar, um discurso escrito para o final da noite: “Tomo uns tópicos e vou pensar um bocadinho nesses tópicos”, esclareceu , já à saída da sala onde votou.

O presidente do PSD, Rui Rio, e o antigo líder parlamentar Luís Montenegro voltam hoje a disputar eleições directas, numa inédita segunda volta em que podem votar 40.604 militantes com as quotas em dia.

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