Montenegro confiante na vitória à segunda volta

Candidato refere que as directas deste sábado são uma disputa renhida e mostra-se satisfeito com o apoio de quem votou Miguel Pinto Luz.

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O candidato Luís Montenegro numa sessão com apoiantes em Fátima LUSA/PAULO CUNHA

O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro disse esta sexta-feira estar confiante numa vitória na segunda volta das directas no PSD, tendo apelado à participação massiva dos militantes neste sábado.

“Naturalmente estamos muito confiantes, estamos muito seguros, estamos muito tranquilos também com aquilo que será a pronúncia dos militantes”, afirmou o candidato em declarações aos jornalistas à entrada de um almoço, em Vila Nova de Gaia, com militantes e representantes de estruturas do partido que o apoiam.

O antigo líder parlamentar da bancada laranja deixou, no entanto, um apelo à participação massiva dos militantes do PSD, quer “aos 31 mil que votaram nas eleições de sábado [na primeira volta], quer aos nove mil que, por alguma razão, não quiseram participar”, desejando que a segunda volta seja transparente.

“Sobre questões de organização administrativa usei sempre duas palavras: transparência e participação, é o que eu quero. Transparência, que tudo decorra dentro da normalidade, e participação, o mais alto nível de participação”, disse, quando questionado sobre suspeições relativamente aos votos e que levaram à anulação do sufrágio no PSD da Madeira.

Apesar de confiante, o candidato admitiu, contudo, que o resultado da segunda volta das directas no PSD que se realiza no sábado “está em aberto”.

“São eleições renhidas, como ambas as candidaturas reconhecem. Aquilo que eu desejo é que o acto eleitoral decorra com normalidade e os militantes possam optar entre a unidade que nós representamos e o divisionismo que representa a outra candidatura”, salientou, mostrando-se muito satisfeito “com a onda de adesão à mudança” que diz ter-se verificado durante a última semana.

Para o antigo líder parlamentar, os militantes estão hoje confrontados com a necessidade de escolher entre a “autonomia” da sua candidatura face às outras forças políticas e “um partido mais dependente da vontade do Partido Socialista”, como foi o PSD nestes últimos dois anos e que conduziram o partido a duas grandes derrotas eleitorais.

“A vida autónoma do PSD, a vida própria do PSD que eu próprio acompanhei muito de perto de 2010 até 2017, conduziu o PSD a duas vitórias eleitorais. Nós vencemos eleições legislativas em 2011 e vencemos eleições legislativas em 2015. Esta visão dependente do PSD no contexto partidário português conduziu o PSD a duas derrotas que foram, infelizmente muito estrondosas naquilo que é a história do PSD”, sublinhou.

De acordo com Montenegro, “por convicção” “a grande maioria”, senão a “quase totalidade dos que votaram na candidatura de Pinto Luz” estão com a sua candidatura, como ilustra no Porto, “adesão maciça” de todos os seus apoiantes. “Há de facto uma candidatura que representa a mudança, e há uma candidatura que representa a continuidade”, defendeu, sublinhando que esta adesão verificou também em Lisboa, Setúbal e um pouco por todo o país”.

Pela primeira vez na história do partido, no sábado, Rui Rio e Luís Montenegro vão novamente a votos, numa segunda volta, depois de o actual presidente do PSD ter sido o candidato mais votado na primeira volta com 49,02% dos votos expressos, seguido do antigo líder parlamentar, que obteve 41,42% do total. O vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais Miguel Pinto Luz ficou em terceiro, com 9,55%, e fora da segunda volta.

Cerca de 40 mil militantes do PSD com as quotas em dia podem votar nas directas para escolher o próximo presidente, o mais baixo universo eleitoral de sempre no partido.

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