Koizumi será o primeiro ministro japonês a tirar licença de paternidade

Governo aceitou a decisão do ministro e afirma que “é importante criar uma atmosfera de apoio aos homens”. Em Portugal, o número de pais que fica em casa após o nascimento dos seus filhos tem aumentado nos últimos anos.

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Shinjiro Koizumi acompanhado pela mulher, Christel Takigawa REUTERS

O ministro do Ambiente japonês, Shinjirō Koizumi, anunciou esta quarta-feira que vai tirar licença parental ainda este mês, quando nascer o seu primeiro filho — esta será a primeira vez na história do país que um ministro toma esta decisão e a anuncia.

De acordo com o The Guardian, o especialista em meios de comunicação social de 38 anos, que é casado com uma ex-apresentadora de televisão, disse numa reunião do seu ministério que foi uma decisão difícil esta de tentar equilibrar os seus deveres enquanto ministro e o seu desejo de estar com o seu filho. Ainda assim, garantiu que não estará ausente durante várias semanas consecutivas e que espera ter alguma flexibilidade para trabalhar fora do seu gabinete e para reduzir o número de horas laborais.

“Quero tirar um total de duas semanas de folga com flexibilidade, abrindo excepções para funções públicas importantes”, referiu o ministro, acrescentando que espera que esta decisão incentive outros pais com cargos políticos a seguir o seu exemplo.

Um porta-voz do Governo japonês confirmou ao jornal britânico que a decisão do ministro foi bem aceite e que “é importante criar uma atmosfera de aceitação social e apoio aos homens quando estes tiram licença parental”.

Num país que tem uma das populações mais envelhecidas do mundo, o Governo tem tentado incentivar os trabalhadores do sector público a tirar mais tempo de licença de paternidade. De acordo com a lei japonesa, ambos os pais podem ficar até um ano em casa com os seus recém-nascidos, com períodos adicionais de seis meses se não conseguirem arranjar uma vaga num infantário. Apesar deste período generoso, apenas 6% dos pais pedem para ter licença parental, em comparação com mais de 80% das mães.

Em Portugal, os homens vão passar a ser obrigados a gozar uma licença parental de 20 dias úteis, seguidos ou interpolados, nas seis semanas seguintes ao nascimento da criança, em vez dos actuais 15 dias. Porém, em vez dos actuais dez dias facultativos que devem ser gozados em simultâneo com a licença parental das mães, passam a ter apenas cinco dias. A medida já tinha sido anunciada e votada em Março de 2019 e é uma das que constam agora no Orçamento do Estado de 2020.

De acordo com dados do Governo português, o número de homens que receberam subsídio por licença parental obrigatória aumentou de 42.982 em 2005 para 58.638 em 2016, enquanto o número de homens que partilharam a licença de 120/150 dias aumentou de 413 para 26329 no mesmo período.

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