Corrida à sucessão de Corbyn reduzida a cinco candidatos

Sem os apoios necessários para passar à fase seguinte, Lewis desistiu de lutar pela liderança do Partido Trabalhista. Thornberry apurou-se por pouco. Próxima etapa é procurar apoio de sindicatos e representações partidárias a nível local.

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Emily Thornberry conseguiu a 22ª nomeação a poucos minutos do fim do prazo Reuters/Jeff Overs/BBC

O primeiro grande obstáculo na corrida à liderança do Partido Trabalhista britânico e ao lugar de Jeremy Corbyn reduziu a lista de concorrentes de seis para cinco, quatro deles mulheres. Os candidatos tinham até às 14h30 da tarde desta segunda-feira para apresentar pelo menos 22 nomeações, de deputados ou eurodeputados, para passarem à fase seguinte de uma competição que só terminará no início de Abril.

Keir Starmer, ex-ministro-sombra para o “Brexit”, teve 89 nomeações, e o apoio da maior central sindical britânica, Unison. O ex-jornalista e militar na reserva Clive Lewis desistiu ao final da manhã e Emily Thornberry aproveitou essa retirada para conseguir alcançar votos necessários a poucos minutos do fim do prazo. Com 23 nomeações, a “ministra-sombra” para os Negócios Estrangeiros junta-se, assim, a Keir Starmer (89 nomeações), Rebecca Long-Bailey (33), Lisa Nandy (31) e Jess Phillips (23), que já tinham os apoios garantidos há mais tempo.

Segundo o site Huffington Post, Thornberry só conseguiu garantir as 22 nomeações a 12 minutos da hora limite. Naturalmente satisfeita, a candidata agradeceu a confiança dos deputados e congratulou-se com o facto de haver quatro mulheres a disputar a eleição interna.

“É magnífico ter quatro mulheres fortes apuradas para a próxima fase. Acredito que vamos todos contribuir para um excelente debate para que os nossos membros possam escolher quem é o melhor para voltar a levar o Labour ao poder”, reagiu Thornberry, também no Twitter.

Lewis, por seu lado, confessou estar “desapontado” com a saída de cena, mas assumiu “orgulho” pelo seu trajecto.

“Apesar de estar desapontado por não ter conseguido progredir mais [na corrida], sinto-me orgulhoso por ter liderado o debate sobre alianças progressistas, reforma eleitoral, crise democrática, democracia no nosso partido, diversidade e alterações climáticas”, escreveu no Twitter, sem revelar, no entanto, quem vai apoiar daqui para a frente.

“Para mim esta eleição nunca foi sobre a liderança do Labour, mas sobre a nossa sobrevivência enquanto movimento político e sobre como trilhar o nosso caminho para o poder”, referiu ainda.

Os cinco candidatos à liderança do maior partido de oposição no Reino Unido – cujo resultado desastroso nas legislativas de Dezembro obrigou Corbyn a abrir mão do cargo que ocupa desde 2015 – têm agora cerca de um mês para conseguir o apoio de pelo menos 5% das representações do Labour por círculo eleitoral ou, ao invés disso, de três organizações afiliadas ao partido, que têm de incluir dois sindicatos. 

Actualmente contam-se 12 sindicatos e 19 associações ou organizações afiliadas ao Partido Trabalhista. O maior sindicato do Reino Unido, o Unison, já anunciou o seu apoio ao principal favorito ao lugar de Corbyn, o “ministro-sombra” para o “Brexit”, Keir Starmer,  – o candidato que deverá juntar mais adeptos da ala de centro-esquerda do Labour.

Na segunda posição nas casas de apostas britânicas está Rebecca Long-Bailey, porta-voz de Corbyn, aliada do ainda “número dois” do partido, John McDonnell, e candidata com contactos relevantes junto dos principais sindicatos do país. 

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