Dag Solstad: “A minha única ideia política é a de não se poder confiar no capitalismo”

Do sentimento de alienação dos anos 60 ao culto da política nos começos dos 70 e, mais tarde, ao distanciamento final: encontro com o existencialismo do norueguês Dag Solstad.

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Ulf Andersen/Getty Images

Pouco tempo depois de ter sido publicado na Noruega o volume que encerra a trilogia da personagem Bjørn Hansen, do norueguês Dag Solstad (n. 1941), é traduzido por cá o primeiro volume desse conjunto, Romance 11, Livro 18 — que teve edição original em 1992. Este não é o único livro de Dag Solstad com um título incomum, pois na sua longa bibliografia constam títulos (todos ainda inéditos em português) como: Roman 1987, 16/07/41, 17.Roman, Armand V., para além de outros que soam igualmente estranhos. Esta maneira de os nomear, por vezes apenas enumerando-os, pode fazer parecer que o autor quer sublinhar algum artifício do romance, mas não é essa a sua intenção. “Eu imito os compositores. As sinfonias também tinham números, a quarta, a quinta… É uma boa maneira de resolver os problemas que um livro pode trazer”, confessa Dag Solstad ao Ípsilon numa conversa tida num dos maiores festivais literários da Escandinávia, nos arredores de Oslo, na estância norueguesa de Lillehammer, onde é presença assídua. “Os bons títulos atraem muito a atenção sobre eles, e enganam sempre. Podem cegar os leitores quanto ao resto, que é mais importante, e que muitas vezes tem um significado que não pode ser enunciado num título.”

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