Dirigente da Human Rights Watch diz que lhe foi barrada a entrada em Hong Kong

Kenneth Roth planeava apresentar relatório sobre os “ataques” da China aos direitos humanos. Alega que foi impedido de entrar no território por “questões de imigração” e aponta o dedo a Pequim.

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Um manifestante em Hong Kong NAVESH CHITRAKAR/Reuters

O director-executivo Human Rights Watch (HRW) diz ter sido impedido de entrar em Hong Kong, onde planeava apresentar o recente relatório anual da organização não-governamental, dedicado às “violações de direitos humanos” do Governo chinês. 

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Kenneth Roth PÚBLICO

Kenneth Roth, um cidadão norte-americano, informa que lhe foi barrada a entrada no território assolado há meses por protestos contra Pequim por “questões de imigração”, mas acredita que o verdadeiro motivo está relacionado com o teor do relatório e com as críticas que tem feito à China.

“Estava esperançado em poder destacar os ataques cada vez mais acentuados de Pequim aos esforços internacionais de defesa dos direitos humanos. A recusa em deixar-me entrar em Hong Kong ilustra vivamente o problema”, lamentou Roth, num vídeo publicado no Twitter.

Os protestos em Hong Kong – antigo território britânico, administrado desde 1997 pela República Popular da China, de acordo com o princípio “um país, dois sistemas” – começaram como um movimento de oposição a uma proposta de lei, entretanto suspensa, que permitiria extradições de detidos para a China continental

Mas evoluíram para um protesto generalizado, que exige a democratização das instituições políticas do território e uma menor capacidade de intervenção de Pequim. 

As manifestações arrastam-se há mais de meio ano e tiveram vários episódios de violência e de confrontos entre activistas e elementos das forças de segurança, muitos deles transformando a cidade num autêntico palco de guerra urbana. Milhares de pessoas foram detidas.

Hong Kong era, por isso, visto como o local ideal para a HRW apresentar o seu relatório anual

Segundo Roth, o documento demonstra “como o Governo chinês está deliberadamente a tentar subverter o sistema internacional de direitos humanos”, através da “supressão dos direitos” da sua própria população, mas também do “enfraquecimento da capacidade de qualquer pessoa ou organização de responsabilizar a China de acordo com os padrões de direitos humanos”.

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