Só há uma lista para a nova direcção do Livre e Joacine fica de fora

Depois de um atribulado arranque na estreia da sua representação parlamentar, o Livre vai a eleições internas sem Joacine Katar Moreira na única lista candidata.

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Joacine Katar Moreira foi a primeira deputada eleita pelo Livre LUSA/MIGUEL A. LOPES

Está fechada a nova lista de candidatos à próxima direcção do Livre e Joacine Katar Moreira não está nela. Como o PÚBLICO avançou este sábado, a única deputada eleita pelo partido não consta da lista única que se candidata à condução do partido nos próximos dois anos e cuja eleição acontece no próximo fim-de-semana, no congresso do partido agendado para 18 e 19 de Janeiro.

Contactado pelo PÚBLICO para confirmar se Joacine Katar Moreira reintegraria alguma lista ou apresentaria uma candidatura própria, o responsável pelo gabinete de comunicação da deputada disse apenas que esta não se pronunciava sobre o assunto.

Dos 15 candidatos, sete são membros do Livre que integram o actual grupo de contacto [direcção], ainda em funções até ao congresso da próxima semana.

O email enviado para os membros do partido e ao qual o PÚBLICO teve acesso mostra que da actual direcção transitam para a nova candidatura ao grupo de contacto: Pedro Mendonça (cabeça de lista por Santarém), Ana Raposo Marques (que nas legislativas foi cabeça de lista de Setúbal), Isabel Mendes Lopes, Pedro Nunes Rodrigues (cabeça de lista pela Madeira) e três candidatos da lista de Lisboa, que nas legislativas tinha sido encabeçada por Joacine Katar Moreira: Carlos Teixeira (o número dois), Safaa Dib (número três por Lisboa) e Patrícia Gonçalves (deputada municipal e número cinco pelo distrito).

A lista integra também Ana de Morais e Castro, Tomás Cardoso Pereira, Maria Janeiro, a número dois do Porto Filipa Gonçalves Pinto, Filipe Fernandes Honório, Henrique Vasconcelos, João Monteiro e Teresa da Mota.

Composta por 15 candidatos efectivos, a única lista candidata tem ainda quatro suplentes: Eduardo Viana, Luísa Álvares, José Azevedo e Rodrigo Brito.

Além de Joacine Katar Moreira, saem da lista da direcção do partido Eduardo Viana, Florbela Carmo, Jorge Pinto, José Manuel Azevedo, Marta Costa e Paulo Muacho.

A entrega de listas candidatas aos órgãos internos do partido acontece a uma semana do congresso do Livre, em que serão revelados os nomes que ficarão à frente do partido durante os próximos dois anos.

O limite para a entrega das listas estava agendado para o último domingo, 5 de Janeiro, mas o prazo acabou por ser prorrogado até esta sexta-feira, já depois da votação do Orçamento do Estado na generalidade e depois de conhecida abstenção de Joacine Moreira à proposta orçamental, sentido de voto só revelado no dia da primeira votação do documento. Além do silêncio sobre a intenção de voto na generalidade ao longo de toda a semana – o Livre foi o único partido a revelar o voto já depois do início da discussão do documento no Parlamento –, a deputada deixou ainda em aberto o sentido do seu voto para a votação na especialidade e para a votação global.

Também terminou nesta sexta-feira o prazo para apresentação de candidaturas para o conselho de jurisdição (órgão ao qual o assessor de Joacine Katar Moreira, Rafael Esteves Martins, não se recandidata) e para a assembleia do partido. O resultado das eleições é conhecido no segundo dia do congresso, a 19 de Janeiro.

Na lista de candidatos para o conselho de jurisdição estão nomes como Ricardo Sá Fernandes, André Nóbrega, Leonor Caldeira e Miguel Conde.

Nos critérios que regulamentam a apresentação de candidaturas, o Livre determina que as listas candidatas ao grupo de contacto [direcção] e conselho de jurisdição “devem respeitar a paridade”. Além disso, a candidatura à direcção do partido - composta por 15 efectivos e dois candidatos suplentes - deverá ter sido acompanhada por um plano de trabalho e por uma moção de estratégia geral. Depois de validada, cada lista candidata à direcção do partido tem de apresentar o apoio de 75 subscritores da sua candidatura até à data do congresso do Livre. Já no caso do conselho de jurisdição, bastam 55 assinaturas. Nos dois casos, as contas são feitas com base no número de candidatos efectivos: para cada candidato são exigidas cinco subscrições.

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