Ikea vai pagar 41 milhões a família de criança que morreu debaixo de móvel

Criança de dois anos morreu depois de ter ficado presa debaixo de uma cómoda de 32 quilos da fabricante sueca. Desde 2011, outras cinco crianças terão morrido e 91 ficado feridas pelo mesmo motivo.

Foto
REUTERS

O grupo sueco Ikea chegou a acordo para o pagamento de 46 milhões de dólares (cerca de 41 milhões de euros ao câmbio actual) aos pais de uma criança norte-americana que morreu em Maio de 2017, após um móvel com gavetas da marca de mobiliário ter caído sobre o seu corpo. O menino, de dois anos, morreu sufocado. O modelo de cómodas Malm é um dos artigos mais populares da fabricante sueca, mas já esteve envolvido na morte de pelo menos seis outras crianças. 

Segundo revela o The New York Times, o advogado de Joleen e Craig Dudek, pais de Jozef, chegou a acordo com a empresa, informação que foi confirmada por um porta-voz da Ikea. O casal processou a fabricante em 2017 num tribunal da Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde fica a sede norte-americana da empresa sueca, argumentando que o grupo de mobiliário e decoração sabia que o design da sua linha de móveis era instável e que a cómoda tinha tendência para cair — a família acusou também a Ikea de não avisar os seus clientes sobre essa possibilidade.

Em Maio de 2017, quando o pai de Jozef foi verificar se estava tudo bem com o filho no quarto onde este dormia, encontrou-o preso debaixo do móvel que tinha caído sobre ele. Jozef morreu horas mais tarde por asfixia causada pela compressão mecânica do pescoço, segundo o processo a que o diário norte-americano teve acesso. 

“Apesar de nenhum acordo alterar os eventos trágicos que nos trouxeram aqui, pelo bem da família e de todos envolvidos, estamos gratos que este caso tenha tido uma resolução. Continuamos comprometidos a trabalhar para resolver questões de segurança que são muito importantes para nós”, disse o porta-voz da Ikea, citado pela BBC

Este não é o primeiro caso em que a Ikea teve de indemnizar clientes pela morte de crianças. Em 2016, a fabricante sueca teve de pagar 50 milhões de dólares (44 milhões de euros) a outras três famílias cujos filhos morreram depois do móvel com cerca de 32 quilos cair em cima das crianças.

Em 2015, a Ikea lançou uma campanha nos EUA e no Canadá para convencer os donos das cómodas Malm a fixarem-nas às paredes. No ano seguinte, o gigante de mobiliário anunciou que iria recolher as cómodas Malm nos EUA e no Canadá depois de seis crianças terem morrido por causa da queda de móveis daquele modelo. Na altura, um porta-voz da empresa sublinhou que as cómodas “reuniam todos os requisitos obrigatórios de estabilidade em todos os mercados onde foram vendidos” e que “deveriam estar seguras à parede”, tal como dizem as instruções.

O grupo sueco informou que foram comunicadas seis mortes desde 2011 envolvendo cómodas do Ikea, todas nos EUA. De acordo com o The New York Times, outras 91 crianças terão ficado feridas pelo mesmo motivo.

Em Portugal esta cómoda é vendida há vários anos: nas instruções de montagem é feito o aviso de que “a queda de móveis pode provocar ferimentos graves ou fatais” e de que o móvel deve ser sempre preso à parede com acessórios de fixação.

Sugerir correcção
Ler 7 comentários