Militares portugueses no Iraque estão “salvaguardados” e aguardam desenvolvimentos sobre o Irão

Ministro da Defesa diz estar em contacto permanente com a missão que se encontra na base de Besmayah, a 40 quilómetros de Bagdad, onde as acções de formação e treino que os portugueses estão a dar aos militares iraquianos estão suspensas.

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LUSA/PAULO VAZ HENRIQUES

O ministro da Defesa garante que os 35 militares portugueses em missão no Iraque estão “tranquilos e salvaguardados”, aguardando o retomar das acções de formação suspensas. João Gomes Cravinho defende ser prematuro falar em retirada apesar da escalada de tensão naquela região depois da morte do general iraniano Qassem Soleimani num ataque aéreo dos EUA contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdad, que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos da América

João Gomes Cravinho diz estar “em contacto permanente” com os militares no terreno e que a informação que tem recebido nos últimos dias sobre a situação no Iraque - quer da capital, Bagdad, quer da base militar de Besmayah - indica que os militares portugueses “estão bem e que não há nenhum perigo imediato”.

“Temos os nossos militares perfeitamente tranquilos e salvaguardados. Besmayah está a 40 quilómetros de Bagdad e é um local resguardado. Eles estão bem e não há nenhum tipo de perigo imediato”, declarou à Lusa. A missão portuguesa nesta base, onde o 10.º contingente tem como tarefa prestar formação e treino à polícia federal e às forças militares do Governo iraquiano, foi visitada pelo primeiro-ministro António Costa a 18 de Dezembro, na viagem de ida para a Índia.

O ministro confirma que as acções de formação e treino ministradas pelos portugueses na base militar de Besmayah estão suspensas e diz que o Governo mantém uma posição de “prudência”, aguardando os desenvolvimentos da situação.

A NATO e a coligação internacional liderada pelos EUA de combate ao “Daesh” (acrónimo árabe do grupo extremista Estado Islâmico), designada “Inherent Resolve”, anunciaram, respectivamente no sábado e no domingo, a suspensão das actividades de formação e treino, após a morte de Qassem Soleimani.

Para já, o ministro da Defesa considera que é prematuro falar em retirar os militares portugueses da missão, e defende que “tem de haver um diálogo muito estreito ao longo dos próximos dias, na próxima semana ou duas, com as autoridades do Iraque para que haja o necessário esclarecimento daquilo que é a vontade das autoridades iraquianas”.

Para Gomes Cravinho, só faz sentido reavaliar a manutenção do contingente português “se se prolongar [a suspensão da formação]”. “Naturalmente que o plano de formação fica um bocadinho prejudicado se não dão formação uma ou duas semanas, mas mantém toda a lógica. Se se prolongar [a suspensão] teria de se equacionar se faz sentido manter lá os nossos militares”, disse.

Os 34 militares actualmente integrados na coligação internacional estão afectos em exclusivo ao treino e formação das forças iraquianas. Na missão da NATO, iniciada em 2018 e também de formação e treino, está, desde Dezembro passado, uma major portuguesa, colocada igualmente na base de Besmayah.

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