As forças do FC Porto encaixaram nas fraquezas do Sporting

Onze anos depois, “dragões” voltaram a ganhar em Alvalade e mantêm-se a quatro pontos do líder. “Leões” criaram ocasiões suficientes para alcançarem outro resultado.

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Soares marcou o golo do triunfo portista em Alvalade
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Soares marcou o golo do triunfo portista em Alvalade LUSA/RODRIGO ANTUNES
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O FC Porto ataca bem em transição, o Sporting defende mal a profundidade. O FC Porto aproveita como ninguém as bolas paradas, o Sporting defende mal as bolas paradas. O FC Porto não é equipa que sofra muitos golos, o Sporting tem dificuldades em marcá-los. Assim se explica, em poucas palavras, como os portistas acabaram neste domingo com um jejum de 11 anos sem vitórias em Alvalade e mantiveram a perseguição ao líder Benfica. Triunfaram por 1-2 no “clássico” da 15.ª jornada, voltam a estar a quatro pontos dos “encarnados” e deixam os “leões” a pensar que já não têm muito por que lutar num campeonato que ainda nem vai a meio.

Este era um “clássico” com dois rivais a olharem para cima, para um Benfica que deixa poucos pontos por conquistar. Um deles (ou os dois) iria ficar mais longe do primeiro sabendo que os “encarnados” tinham passado em Guimarães. Sérgio Conceição lançou uma equipa com algumas cautelas, arriscando na utilização de Danilo Pereira (que estava em dúvida) ao lado de Uribe e Otávio, entregando o ataque a Marega, Nakajima e Tiquinho Soares. Já Silas, não tinha muito por onde inventar porque o plantel “leonino” é mais curto de opções: Luiz Phellype como ponto de referência de um ataque alimentado por Bolasie e Vietto e Bruno Fernandes.

À primeira aproximação à baliza de Luís Maximiano, o FC Porto marcou. Aos 6’, e ainda bastante longe da área, Corona viu Marega em boa posição e meteu a bola no espaço vazio. O maliano correu, a defesa do Sporting não, e, perante a indecisão do guarda-redes, fez uma recepção que funcionou também como um “amortie” para o fundo da baliza “leonina”. Uma equipa capaz de fazer passes de longa distância e com gente rápida na frente coloca sempre problemas a uma equipa que defende subida e com algum défice de reacção . 

Como o seu estilo é outro, o Sporting precisou de algum tempo para se ligar ao jogo. Conseguiu equilibrar e até criar alguma constância no seu domínio territorial, alternando oportunidades de golo com deslizes comprometedores. Aos 33’, Bruno Fernandes teve uma recepção perfeita na área portista, mas o seu remate foi interceptado por Mbemba (que tinha entrado minutos antes para o lugar de Pepe, lesionado). No minuto seguinte, Nakajima teve uma arrancada até à área e atirou por cima.

Os “leões” foram crescendo no jogo e tiveram o justo prémio pouco antes do intervalo. Marchesín teve uma reposição de bola deficiente e Acuña, no meio-campo, devolveu a jogada para Luiz Phellype à entrada da área. O brasileiro fez de pivot e distribuiu para Vietto, que assinou o passe na perfeição para a entrada fulgurante de Acuña, a atirar à queima-roupa. Houve festejos, mas Jorge Sousa ainda esperou pela indicação do VAR para validar o golo “leonino”.

A segunda parte começou rápida e furiosa. O Sporting carregou sobretudo pelo flanco esquerdo, onde Acuña expunha as debilidades defensivas de Corona, bem acompanhado por Vietto nas combinações. Mas acertar com a baliza é que não. Aos 49’, Vietto passou por Marcano e acertou no poste. Aos 55’, Phellype cabeceou ao lado. Aos 58’, Bruno Fernandes também não acertou aos 58’. E aos 62’ e 63’, Vietto também falhou duas situações de remate.

Quem falha tanto só se pode queixar de si próprio, mas o ataque não é o único problema do Sporting. E aos 73’, mais uma força do FC Porto contra uma fraqueza “leonina” decidiu o jogo. Alex Telles marcou o canto e Tiquinho aproveitou uma marcação soft de Doumbia para o 1-2. 

As pilhas sportinguistas acabaram aqui, mesmo que Coates tenha ainda cabeceado uma bola à trave aos 85’, mas isto já era numa altura em que os portistas já tinham tido um par de oportunidades, rechaçadas no limite por Maximiano. 

Os portistas geriram bem os últimos minutos e saíram de Alvalade com a sensação de dever cumprido, mantendo-se perto do líder. Já o Sporting terá de recalibrar os seus objectivos no campeonato. 

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