Rui Rio acredita que obtém liderança do partido na primeira volta

Apesar da confiança, o actual líder do PSD garante que, caso seja derrotado, não ficará “desesperado”.

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Rui Rio é um dos três candidatos à liderança dos sociais-democratas rui Gaudêncio

O candidato à liderança do PSD Rui Rio afirmou esta sexta-feira que acredita numa vitória nas eleições de dia 11, “eventualmente até na primeira volta”, notando que, se perder, “não há desespero nenhum”.

“A vitória não é garantida em eleição nenhuma, portanto aqui também não é. O que eu penso é que o mais normal é ganhar, eventualmente ganhar até à primeira volta. Mas, se não ganhar, não há desespero nenhum. É o que os militantes entenderem”, disse o actual presidente social-democrata, em declarações aos jornalistas à margem de um encontro com a comissão de honra distrital do Porto da sua candidatura, na qual destacou a presença de várias personalidades independentes.

Quanto ao encontro desta sexta-feira entre o PS, o BE e o PCP com vista à aprovação do Orçamento de Estado, Rui Rio lembrou que os socialistas deixaram clara a intenção de uma “governação à esquerda”, frisando não ter pedido “margem nenhuma” para negociações com o PSD.

Esta quinta-feira, o líder do PSD revelou que divulgará na próxima terça-feira a posição do partido em relação à proposta de Orçamento do Estado para 2020 apresentado pelo Governo socialista. A posição do PSD será oficializada depois das “pequenas jornadas parlamentares” do PSD agendadas para dia 7, na Assembleia da República, sobre o documento.

O líder social-democrata disse ainda que já estudou a proposta do Governo do Orçamento do Estado naquilo que lhe “é possível estudar, um pouco do ponto de vista técnico, bastante do ponto de vista político”. Rui Rio ressalvou que no debate da especialidade, que se seguirá à votação na generalidade, é que estarão disponíveis “todos os pequenos pormenores no âmbito do articulado da proposta de lei” para um debate mais aprofundado.

“Relativamente ao OE, toda a gente sabe, o primeiro-ministro deixou claro e é consequente com isso: pretende fazer governação à esquerda. Não com ‘geringonça’ oficializada, mas com uma ‘geringonça’ que vai concertando os pontos que entende ver concertados”, observou.

Questionado sobre se o primeiro-ministro não deixa margem para o PSD, Rio respondeu: “Nem eu pedi margem nenhuma”. Rio esclareceu ainda que o debate e as negociações sobre o OE são independentes das grandes reformas do Estado que defende e em relação às quais deve haver entendimento com o PSD. “O OE é uma peça importante onde se podem apontar algumas reformas, mas não as reformas de fundo, estruturais, que podem carecer de consenso partidário alargado”, justificou.

Referindo-se ao almoço com a comissão de honra distrital, Rio destacou a presença de personalidades independentes, por mostrarem que “a sociedade civil se revê mais num PSD” liderado por si “do que liderado por outro”. Integram a comissão de honra distrital da candidatura de Rui Rio nomes como o do padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Sebastião Feyo de Azevedo, ex-reitor da Universidade do Porto, Daniel Bessa, economista e ex-ministro de António Guterres, ou Carlos Brito, ex-ministro de Cavaco Silva e ex-governador civil do Porto.

A comissão é ainda composta pelo ex-ministro das Finanças do PSD Miguel Cadilhe, pelo ex-ministro da Agricultura Arlindo Cunha, pelo economista e ex-ministro Silva Peneda ou por António Tavares, presidente da Santa Casa da Misericórdia do Porto.

As eleições directas do PSD decorrem a 11 de Janeiro. Na corrida à liderança do número 9 da Rua de São Caetano estão o ex-líder da bancada do PSD Luís Montenegro, o actual presidente do PSD, Rui Rio, e o actual vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz. 

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