No centro Medithai de Matosinhos há massagens que a Unesco consagrou

A tradicional massagem tailandesa integrou, este ano, a lista de Património Imaterial da Humanidade. Em Portugal, há dez anos que esta pode ser feita em Matosinhos.

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Centro Medithai em Matosinhos
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Uma das salas de massagem
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A decoração chegou toda da Tailândia

Deixámos para trás o barulho do mar agitado e todo o frenesim próprio da cidade quando entramos no centro tailandês de massagens terapêuticas Medithai, em Matosinhos. Dentro de portas somos invadidos pela tranquilidade, ao escutar a música oriental e as quedas de água, enquanto somos guiados para uma sala com luz baixa. Vamos experimentar a tradicional massagem tailandesa Thai, que recentemente integrou a lista de Património Imaterial da Humanidade, da UNESCO.

Este tipo de massagem diferencia-se porque recorre a antebraços, joelhos e pés para aplicar pressão sobre o corpo do cliente. “A terapia funciona melhor quando colocamos os pés no corpo do cliente”, elucida Kiti, 42 anos, uma dos cinco terapeutas tailandeses deste centro. Kiti não veio da Tailândia como alguns dos seus colegas, mas da Hungria onde trabalhava no spa de um hotel, com o companheiro Sura, 41 anos, quando decidiram aceitar o desafio de Marta Trindade, a proprietária deste espaço aberto há uma década, para vir para Portugal.

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Kiti e Sura são um casal de terapeutas que trocou a Hungria por Portugal

Kiti pede-nos para calçar uns chinelos, num ritual próprio do espaço, enquanto vai dizendo, contente, que já faz a massagem Thai desde pequena e que considera “óptimo o reconhecimento pela Unesco porque é uma tradição milenar na Tailândia que faz bem às contracturas, ajuda a relaxar, e a combater a ansiedade e enxaquecas”. Ao lado, o marido vai abanando com a cabeça, como que concordando com tudo que a mulher diz. Sura ainda fala menos inglês que Kiti e esta vai traduzindo para tailandês a conversa, enquanto nos conduz até uma sala decorada com quedas de água, estátuas e quadros, num ambiente que transmite serenidade, decorado com peças que a proprietária manda vir de propósito da Tailândia, desde biombos, passando pelos sofás, estatuetas e tecidos. 

É nesta sala que nos convidam a sentar confortavelmente para recebermos uma massagem nos pés. Com um sorriso, Kiti começa por fazer “o ritual de purificação”, da lavagem dos pés com água. De seguida, faz pressão em vários pontos dos pés que correspondem aos órgãos do corpo. A terapeuta pergunta se sentimos pressão em determinada parte do corpo como reflexo, respondemos que sim. “Esta massagem permite reduzir o stress, restaurar o equilíbrio do corpo e da mente, e deixar uma sensação de total relaxamento”, descreve Marta Trindade que aconselha a fazer uma destas sessões antes de receber qualquer outra massagem, desde a de óleos quentes, passando pela de ervas quentes, até à Thai. 

Marta Trindade explica que “a massagem Thai é terapêutica e preventiva, harmoniza o corpo e a mente através de movimentos rítmicos e alongamentos gradativos”, acalmando o sistema nervoso e aliviando as dores e tensões. Mal sabíamos que iríamos sentir o corpo a alongar como se a terapeuta nos estivesse a esticar os membros, ficando com mais elasticidade.

“Este tipo de massagem estimula as funções orgânicas e a circulação da energia vital, equilibrando os centros energéticos, aumenta a circulação sanguínea, aumenta a força muscular, liberta a tensão muscular”, lê-se ainda na página da Internet deste centro.

Somos encaminhados para uma outra sala com luz baixa e música ambiente, onde a terapeuta nos deixa por momentos para vestirmos umas calças e camisola. Com um sorriso, Kiti chega num instante e pede para nos deitarmos na marquesa. Começa por massajar as nossas pernas com os pés, fazendo pressão, enquanto se segura numa espécie de varão. Somos invadidos por uma sensação de alívio da tensão acumulada nos músculos. Depois a terapeuta recorre às mãos, joelhos e cotovelos para massajar o nosso corpo durante 50 minutos. 

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Segundo a UNESCO, esta prática tem as suas raízes no “autocuidado na sociedade camponesa tailandesa do passado, [onde] todas as aldeias tinham massagistas a quem os aldeões recorriam quando tinham dores musculares por trabalharem no campo”. No final, Kiti diz-nos: “Daqui a dois ou três dias está bem.” O ritual termina com uma chávena de chá, um sorriso e uma vénia.

O PÚBLICO fez a massagem Thai a convite do centro tailandês de massagens terapêuticas Medithai, em Matosinhos.

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