Incêndios na Austrália estão a mudar a cor dos glaciares da Nova Zelândia

A milhares de quilómetros dos incêndios australianos, os glaciares habitualmente brancos da Nova Zelândia estão a ganhar um tom caramelo. “Em toda a Nova Zelândia, o fumo dos incêndios australianos na atmosfera provoca este sol estranho”, diz-se no Twitter.

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O fumo dos incêndios florestais australianos chegou à Nova Zelândia, a milhares de quilómetros de distância, e deu aos glaciares habitualmente brancos um tom caramelo, de acordo com os serviços de meteorologia e a comunicação social locais.

O fumo apareceu pela primeira vez na zona na quarta-feira. Em algumas regiões, o sol parecia uma bola vermelha ou dourada, dependendo da espessura da nuvem tóxica. “Consegue-se ver claramente o fumo, que percorreu cerca de 2000 quilómetros pelo mar da Tasmânia”, indicou o instituto neozelandês de meteorologia numa publicação feita hoje no Twitter. “Nas regiões mais afectadas, a visibilidade é baixa, de cerca de 10 quilómetros”, acrescentou a mesma fonte.

As redes sociais estão cheias de descrições sobre as consequências dos incêndios na Austrália. É o caso de uma declaração publicada por Miss Roho no Twitter, que garante que se “consegue mesmo sentir o cheiro a incêndio em Christchurch”, cidade da costa leste da ilha do sul da Nova Zelândia.

Outra mulher, Rachel, publicou uma fotografia do glaciar Franz Josef, a mais de 2000 quilómetros de distância, cujo habitual branco imaculado se tornou castanho. “No glaciar Franz Josef, a neve ‘caramelizada’ deve-se ao pó dos incêndios florestais”, escreveu.

O actor neozelandês Jemaine Clement publicou, por seu lado, uma foto em que o sol parece um globo de ouro. “Em toda a Nova Zelândia, o fumo dos incêndios australianos na atmosfera provoca este sol estranho”, explica.

Desde Setembro, os incêndios na Austrália já provocaram a morte de pelo menos 18 pessoas, mas o balanço poderá subir, já que as autoridades de Victoria avisaram esta quinta-feira que há 17 pessoas desaparecidas naquele estado. Mais de 1300 casas foram reduzidas a cinzas e 5,5 milhões de hectares foram destruídos, o que representa uma área maior que a de um país como a Dinamarca ou a Holanda.

A chefe do Governo estadual de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, declarou, pela terceira vez, estado de emergência com duração de sete dias para permitir a retirada forçada de pessoas a partir de sexta-feira.

Na terça-feira, véspera do Ano Novo e o dia considerado mais mortífero desde o início da crise, vários incêndios descontrolados devastaram o Sudeste do país, matando oito pessoas e destruindo pelo menos 400 casas. As autoridades já avisaram que são esperadas fortes rajadas de vento e temperaturas acima dos 40°C no próximo sábado.

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