Weigl vai tornar-se no mais caro reforço de Inverno em Portugal

Médio alemão, que custa 20 milhões de euros ao Benfica, inverte a lógica dos últimos anos no que toca ao mercado de Janeiro.

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Julian Weigl no jogo com o RB Leipzig, nesta época Leon Kuegeler/Reuters

O mercado de transferências de Inverno tem sido olhado com crescente desconfiança nos últimos anos, não só porque torna mais difícil a transformação do investimento em rendimento desportivo imediato, mas também porque, do ponto de vista do negócio, está longe de movimentar tanto talento (e, consequentemente, milhões de euros) como a janela de Verão. Mas o Benfica está prestes a contrariar essa tendência, ao assegurar o mais caro reforço de Inverno do futebol português.

O anúncio do acordo para a compra do passe de Julian Weigl foi feito anteontem pelos “encarnados”, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Para assegurar os serviços do médio alemão, o Benfica vai pagar 20 milhões de euros ao Borussia Dortmund, clube que o jovem de 24 anos representava desde 2015 e no qual tem visto a concorrência apertar na luta por uma vaga no meio-campo. Ainda assim, foi utilizado em 20 dos 26 jogos do Dortmund na presente temporada, na maioria dos quais como titular.

Com um salário que atingirá o tecto determinado pela direcção dos “encarnados” (perto dos 2,5 milhões de euros anuais), Weigl representa um investimento forte do campeão português. Por força do vencimento, mas também do valor da transferência, que faz do médio defensivo o segundo jogador mais caro da história do clube — só é ultrapassado pelos 22 milhões de euros pagos, em dois momentos distintos, pelo passe do mexicano Raúl Jiménez, hoje avançado do Wolverhampton.

Para se ter uma ideia de quão significativo é o montante que o Benfica se prepara para despender, neste período, basta dizer que representa mais do que o valor gasto pelo clube, de forma conjunta, nas cinco épocas anteriores no mercado de Janeiro.

No panorama do futebol português, todos os investimentos desta ordem de grandeza numa só contratação foram canalizados sempre para a janela de Verão. Foi assim com  Jiménez (2015-16) e com Raúl de Tomás (2019-20), no Benfica, mas também com Óliver Torres (2017-18) e Giannelli Imbula (2015-16), no FC Porto — tirando o mexicano, todos os outros foram negociados pela fasquia redonda dos 20 milhões.

A chegada de Weigl ao Estádio da Luz, que irá ser oficializada nos próximos dias, depois de cumpridos os exames médicos, deverá provocar algumas alterações no plantel, que fica com mais uma opção para um sector no qual têm perdido minutos jogadores como Fejsa ou Samaris. O próprio Gedson Fernandes, activo com mercado e margem de progressão, terá nesta janela uma oportunidade para procurar um clube no qual possa competir mais regularmente (pelos “encarnados”, fez até agora quatro jogos completos em 12).

Para Bruno Lage, Julian Weigl representa um reforço importante para a posição seis (o internacional alemão pode ainda jogar como central) e um concorrente directo para Gabriel e Florentino, podendo, no actual sistema, até adiantar o brasileiro uns metros no terreno. Acima de tudo, representa mais uma solução de peso para atacar não só o campeonato nacional, mas também a Liga Europa.

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