“Entendemos muito bem o apelo do Presidente”, diz Carlos César

Reacção à mensagem presidencial também veio dos Açores. Presidente do PS sublinha convergência do Governo com o Presidente da República, promete diálogo e sublinha o exemplo positivo do Corvo no combate às assimetrias e desigualdades.

Foto
Carlos César afirmou convergência entre Governo e Presidente da República Francisco Romao Pereira

Se a mensagem de ano novo do Presidente da República foi feita nos Açores, a reacção do PS veio do mesmo território. Carlos César, presidente do PS e ex-governante da região, aproveitou a oportunidade geográfica para reverter a favor dos socialistas as várias mensagens presidenciais.

“Entendemos muito bem o apelo do Presidente em um Governo mais forte e dialogante e numa oposição mais forte e mais construtiva”, afirmou Carlos César, referindo-se ao apelo de Marcelo à estabilidade e ao diálogo. “Quando não há maiorias absolutas, as medidas realizadoras e os avanços que são necessários dependem sempre da concertação e do diálogo”, reconheceu.

Questionado sobre como está esse diálogo a correr com vista à aprovação do Orçamento do Estado, Carlos César garantiu que o PS e o Governo têm desenvolvido “contactos” e que vai ter, na sexta-feira, uma “ronda de conversações com os partidos com que o PS tem privilegiado o diálogo”. “Confiamos que desse diálogo resulte”, afirmou.

Carlos César preferiu antes sublinhar a convergência entre o chefe de Estado e o Governo. “As prioridades apontadas pelo Presidente da República mostram uma convergência muito importante do ponto de vista dos objectivos estratégicos entre o PR e o Governo, e o próprio primeiro-ministro, que ainda hoje publicou um artigo na imprensa em que estas prioridades também são replicadas”, afirmou César.

Por isso concluiu que 2020 se inicia “com a confirmação de que o relacionamento institucional entre o Presidente da República e os restantes órgãos de soberania continuará a ser um dos factores de estabilidade. É bom para o Governo e bom para o país”.

O antigo presidente do Governo Regional dos Açores começara, no entanto, por puxar a brasa à sua sardinha. Ao referir-se à escolha da ilha do Corvo para cenário da mensagem presidencial de Ano Novo, César quis sublinhar como a mais pequena ilha açoriana é um exemplo no combate às assimetrias regionais e até às desigualdades sociais. “

O dever dos poderes públicos de atenuar as desigualdades tem naquele caso uma expressão muito positiva”, sublinhou, depois de ter garantido que a ilha, apesar de ter apenas 400 habitantes, tem um aeroporto, um porto comercial e muitas infraestruturas sociais, económicas e de serviços públicos. “Representa uma demonstração de que, mesmo nos locais mais distantes, é possível prover as necessidades das pessoas através da boa acção dos poderes públicos”, afirmou.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários