Jovem de 19 anos mata com crucifixo um padre suspeito de pedofilia em França

Sacerdote foi transferido de paróquia três vezes após sucessivas suspeitas de abusos sexuais.

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PETAR KUJUNDZIC/Reuters

Um jovem francês de 19 anos foi formalmente acusado pela justiça gaulesa da autoria do homicídio de um padre suspeito de ter abusado sexualmente de pelo menos quatro crianças. O assassino terá sido uma das vítimas do padre.

O homicídio ocorreu a 4 de Novembro, quando Alexandre V. (cujo nome completo não foi divulgado pelas autoridades) terá asfixiado com um crucifixo o padre Roger Matassoli, de 91 anos, na casa do sacerdote na região de Agnetz, norte de França.

O padre em causa era suspeito de ter abusado sexualmente de pelo menos quatro crianças, incluindo Alexander e também o pai deste jovem, entre 1960 e 2000. No entanto, e apesar de suspeitas de pedofilia ao longo de várias décadas, a Igreja Católica não afastou Matassoli até 2018.

O jovem, que era empregado de limpeza do padre e que foi entretanto detido, foi formalmente acusado a 26 de Dezembro dos crimes de tortura, homicídio e de resistência à autoridade no momento da detenção, segundo a rádio Franceinfo.

A tese das autoridades é de que se tratou de um crime de vingança. O arguido, que sofrerá de distúrbios psiquiátricos, diz não se lembrar do que se passou naquele dia.

Padre suspeito de pedofilia foi transferido de paróquia três vezes

O caso do padre Matassoli segue o mesmo padrão de outros tantos suspeitos de pedofilia no seio da Igreja Católica. Apanhado em sucessivos escândalos, o sacerdote terá sido transferido três vezes de paróquia (de Clermont para Saint-Andre-Farivillers e depois para Agnetz).

À rádio Franceinfo, o bispo Jacques Benoit-Gonnin afirmou que o padre não dava a missa nem tinha responsabilidades desde 2009, mas que só foi efectivamente afastado da Igreja Católica em 2018, depois de duas supostas vítimas terem testemunhado perante as autoridades.

Neste intervalo de tempo, e apesar de as suspeitas já serem conhecidas, o padre Matassoli continuou sempre a receber salário. Oficialmente, devido a “um erro eclesiástico”, segundo afirmou Benoit-Gonnin.

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