Cinco pessoas esfaqueadas em Nova Iorque durante celebração judaica

Governador de Nova Iorque classificou caso como “terrorismo doméstico”. Crimes contra judeus em Nova Iorque estão a aumentar.

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Horas depois do ataque, a polícia localizou o carro usado pelo suspeito Reuters/EDUARDO MUNOZ

Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas durante um ataque à faca na residência de um rabino em Nova Iorque na noite de sábado. A motivação do atacante ainda não foi apurada, mas o caso foi classificado como “terrorismo doméstico”.

Por volta das 22h (3h de domingo em Portugal continental), um homem atacou várias pessoas com uma faca de mato numa casa em Monsey, onde ocorria uma celebração do Hanukkah, a mais importante celebração do calendário judaico. Naquele momento, havia dezenas de pessoas que se tinham juntado na residência de um rabino. Entre os feridos está uma criança, filha do rabino, que estará “a recuperar”. Segundo a CNN, duas pessoas ficaram em estado crítico.

“Estava a rezar pela minha vida”, contou ao New York Times Aron Kohn, que se encontrava no local. “Ele começou a atacar as pessoas assim que entrou pela porta, não tivemos tempo para reagir”, acrescentou.

Horas depois, a polícia localizou o veículo que o suspeito usou para fugir do local e fez uma detenção: o suspeito estava “coberto de sangue" e a detenção levou “entre dez a 15 segundos”, refere a CNN. Grafton Thomas, de 37 anos, já foi presente a tribunal e acusado de cinco tentativas de homicídio e de um roubo, informou a polícia local em comunicado, acrescentando que a sua fiança foi fixada em cinco milhões de dólares.

Monsey é uma cidade próxima da fronteira estadual de Nova Jersey e uma das cidades situadas no vale do Hudson que viu afluir nos últimos anos um grande número de judeus hassídicos.

“Flagelo do anti-semitismo”

As autoridades estão a ligar este ataque a uma série de crimes cometidos contra a comunidade judaica de Nova Iorque nos últimos tempos. O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, descreveu o ataque como “um acto cobarde e desprezível”. “O anti-semitismo e o ódio de qualquer tipo são repugnantes face aos nossos valores de inclusão e diversidade, e temos tolerância zero absoluta para actos de ódio como este”, afirmou Cuomo.

Numa visita ao local este domingo, Cuomo classificou o ataque como “terrorismo doméstico”. “Estas são pessoas que pretendem criar dor em massa, violência em massa, gerar medo baseado na raça, cor ou crenças”, acrescentou o governador.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, apelou à erradicação do “flagelo do anti-semitismo”. “O ataque anti-semita em Monsey, Nova Iorque, na sétima noite do Hanukkah, é horrível. Todos devemo-nos unir para lutar, desafiar e erradicar o flagelo prejudicial do anti-semitismo”, escreveu Donald Trump no Twiter.

Também o Presidente israelita, Reuven Rivlin, manifestou “choque e revolta” pelo crime. “O crescimento do anti-semitismo não é apenas um problema judaico e não é certamente apenas um problema do Estado de Israel”, acrescentou.

Ataques em Nova Iorque

O crime ocorreu no sábado à noite, quando se celebrava a sétima noite do Hanukkah e após uma série de ataques contra judeus na zona metropolitana de Nova Iorque que têm deixando a comunidade insegura.

No mês passado, um homem foi esfaqueado em Monsey, quando se dirigia para uma sinagoga.

A 10 de Dezembro, seis pessoas morreram durante um tiroteio num mercado kosher em Nova Jérsia, incluindo os dois atacantes. As autoridades concluíram que o crime foi motivado por ódio religioso.

A polícia nova-iorquina tem recebido cada vez mais denúncias de crimes cometidos contra judeus e o presidente da câmara, Bill de Blasio, anunciou o reforço policial nos bairros judeus de Brooklyn durante a época do Hanukkah.

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