No Dezembro mais quente em 33 anos, Moscovo encomenda neve artificial

Realização de torneio de snowboard no centro da cidade obriga a usar neve falsa. Jardim zoológico adopta estratégias para ajudar animais a hibernar.

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Governo decidiu espalhar neve artifical na cidade TWITTER

A capital russa regista o Dezembro mais quente dos últimos 33 anos. Nesta altura do ano, Moscovo está habitualmente pintada de branco, com nevões abundantes e temperaturas negativas. Porém, este ano, o Governo teve espalhar neve falsa no centro da cidade para receber um torneio de snowboard

Um jornal digital moscovita publicou uma imagem no Twitter na qual se pode ver um corredor de neve artificial a ser espalhado no asfalto de uma rua.

As temperaturas acima da média voltam a originar debates sobre o impacto das alterações climáticas na Rússia. Em declarações ao jornal britânico The Guardian, responsáveis pelo jardim zoológico da cidade revelaram que foram obrigados a utilizar estratégias alternativas para convencer os animais a hibernarem. As jerboas — espécie de roedor ameaçada — foram colocadas em espaços refrigerados para serem “encorajadas” a hibernar.

O Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu na semana passada que as alterações climáticas são uma ameaça directa para a Rússia. A média de aquecimento do país é 2,5 superior à do planeta. Putin negou, porém, qualquer discussão sobre gases de efeito estufa, dizendo que as alterações climáticas se podem dever a uma mudança no eixo terrestre. “Ninguém sabe as causas do aquecimento global, pelo menos das alterações climáticas globais”, disse.

A Rússia foi um dos 195 países que aderiram ao Acordo de Paris, um compromisso celebrado em Dezembro de 2015 na cimeira climática da ONU, em Paris. A comunidade internacional comprometeu-se a limitar a subida da temperatura bem “abaixo dos dois graus Celsius” e a prosseguir esforços para “limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius”. 

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