Reviravolta incrível do Wolverhampton frente ao Manchester City

Campeão inglês poderá ter perdido em definitivo o comboio do título com a derrota na 19.ª jornada.

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Raul Jiménez desvia para a baliza do City, no lance do 2-2 LUSA/PETER POWELL

O jogo que encerrou a 19.ª jornada da Premier League acabou por ser o mais entusiasmante da ronda. Em Wolverhampton, o Manchester City precisava de triunfar para não deixar fugir ainda mais o Liverpool e aproveitar a derrota do Leicester City, e a verdade é que esteve próximo de o conseguir. Não resistiu, porém, a uma reviravolta tremenda da equipa treinada por Nuno Espírito Santo (3-2), numa partida em que alinhou com menos um jogador desde os 12 minutos.

A expulsão do guarda-redes Ederson, depois de um choque com Diogo Jota quando o extremo português já se encaminhava para a baliza, deixou os “citizens” em maus lençóis muito cedo no jogo, mas acabou por ser o campeão inglês a adiantar-se no marcador. De grande penalidade, Sterling marcou, à segunda tentativa, depois de uma defesa incompleta de Rui Patrício (25').

A defender em 4x4x1, com Sterling pronto a disparar nas transições ofensivas, o City voltou a surpreender o Wolverhampton no início da segunda parte. Aos 50’, De Bruyne fez um passe de ruptura magistral e Sterling arrancou para ficar isolado diante de Patrício - na cara do português, o avançado britânico fez um pequeno chapéu que parecia encaminhar o triunfo num terreno sempre complicado.

Só que o Wolverhampton é uma equipa com sete vidas e com um poço de potência muscular no corredor direito. Adama Traoré fugiu para o corredor central, aos 55’, e arriscou o remate cruzado de fora da área. Foi bem-sucedido e a equipa ganhou ânimo acrescido, chegando mesmo ao empate aos 82’. Mendy, imprudente, tentou proteger a saída de bola na linha final, perdeu o choque com Traoré e viu a bola sair redondinha para a pequena área, onde Raul Jiménez desviou por baixo do corpo de Claudio Bravo.

O empate já era um prémio tremendo frente ao campeão nacional e depois de uma desvantagem de dois golos, mas havia um jackpot à espera de Nuno Espírito Santo. Matt Doherty, um lateral direito com muito peso ofensivo no 3x4x3 dos “wolves”, combinou com Jiménez à entrada da área contrária, rasgou para dentro, tirou um central do caminho e rematou sem oposição para o 3-2, aos 89’.

No banco, Pep Guardiola levava as mãos à cabeça. E deve ter repetido o gesto quando, já em tempo de compensação, Sterling acertou na trave na cobrança de um livre directo. Esfumava-se a derradeira hipótese de pontuar e de, pelo menos, igualar o Leicester City no segundo lugar. Com este desfecho, a renovação do título inglês passou a ser pouco mais que uma utopia: são já 14 pontos de atraso face ao Liverpool, sendo que o líder ainda tem um jogo a menos. Quanto ao Wolverhampton, subiu ao quinto lugar, isolado, com mais um ponto que o Tottenham, de José Mourinho.

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