Um Natal no fim do mundo, com café e pão com chouriço

No dia 24 de Dezembro de 1949, Mário Silva saiu do turno às 21h00 e recolheu-se às suas instalações: um anexo da estação de Sabóia onde tinha montado a cama volante. Ali passou a consoada a comer pão com chouriço e a beber café. Esta é a história de Mário Silva, que passou 42 anos a servir os comboios, trabalhou em 12 estações e inaugurou a electrificação da linha de Sintra em 1957 e o Metropolitano de Lisboa em 1959.

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Foi numa madrugada de Novembro de 1949 que o “aspirante a factor” (categoria profissional da CP) chegou à estação de Saboia. “Era o fim do mundo. Entrei num mundo de escuridão. Não havia luz eléctrica. A estação era iluminada por um candeeiro a petróleo. Cheguei às 4h00 da manhã no comboio que ia do Barreiro para o Algarve. Eu nunca tinha passado do Barreiro para baixo. Apresentei-me ao chefe da noite e ele indicou-me o dormitório. Era um cubículo com uma janela, uma porta e uma parreirinha à entrada. Lá dentro tinha a cama volante com um colchão de palha, um fogão e uma caixa com utensílios de cozinha.”

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