Candidato de esquerda ganha primeira volta das presidenciais na Croácia

Cantor nacionalista e anti-sistema Miroslav Skoro ficou em terceiro e não foi apurado para a segunda volta. Presidente Kolinda Grabar-Kitarovic vai disputar segunda fase com Zoran Milanovic e é a favorita.

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Zoran Milanovic, o candidato "normal", festeja a vitória Marko Djurica/REUTERS
,Eleições presidenciais croatas de 2019
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Kolinda Grabar-Kitarovic é a favorita para a segunda volta ANTONIO BAT/EPA

A actual Presidente da Croácia, a conservadora Kolinda Grabar-Kitarovic, e o ex-primeiro-ministro social-democrata Zoran Milanovic deverão disputar a segunda volta das eleições presidenciais, agendada para 5 de janeiro.

Milanovic teve 29,5% dos votos expressos, e ficou à frente de Grabar-Kitarovic, da União Democrática Croata (HDZ), com 26,7%. Miroslav Skoro, cantor pop-folk nacionalista e anti-sistema, cujas canções fizeram sucesso na década de 1990, foi apoiado pela extrema-direita e tolerado por uma boa parte do centro-esquerda, era apontado pelas sondagens como um sério candidato a passar à segunda volta. Mas ficou em terceiro lugar, com 24,4% dos votos, e não se qualificou.

Do duelo entre Grabar-Kitarovic e Milanovic espera-se que a actual Presidente saia vencedora, beneficiando do apoio dos eleitores de Skoro. Se Grabar-Kitarovic não ganhar, o primeiro-ministro Andrej Plenkovic, também do HDZ, poderá ficar em apuros nas eleições legislativas do próximo ano.

No total, concorreram 11 candidatos ao lugar de Presidente da Croácia. A Presidente, que durante o seu mandato tem oscilado entre um discurso que a aproxima dos moderados e outro que dá voz à facção nacionalista, diz a agência AFP, radicalizou o seu discurso para tentar não perder apoios na ala mais à direita do seu partido para Skoro, cuja estratégia foi tentar conquistar os votos dos croatas descontentes com o sistema político, em particular com a liderança governamental do HDZ.

Esta disputa à direita demonstrou o poder do populismo neste país dos Balcãs que tem de lidar ao mesmo tempo com a herança da guerra da ex-Jugoslávia, a afluência de migrantes e refugiados, o êxodo de emigrantes e a corrupção generalizada.

Milanovic apresentou-se como uma alternativa moderada a uma direita dividida – definiu-se como a “única opção normal”, e garantia de abertura da Croácia ao mundo. A sua opção valeu-lhe a vitória na primeira volta.

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