Raríssimo, os vinhos que só Osvaldo Amado faria

O enólogo da Casa de Santar e de Cabriz lança uma marca própria, Raríssimo, um projecto no qual promete fazer vinhos especiais e únicos, sem compromissos.

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O enólogo Osvaldo Amado dr

Uma casta preferida? Osvaldo Amado não hesita: Arinto. “Há poucas castas tão transversais e com tanta versatilidade, que consigam fazer quatro ou cinco produtos distintos”, diz, justificando a sua preferência. Daí que ao lançar a sua marca, Raríssimo By Osvaldo Amado, apresente duas formas de trabalhar o Arinto que dão resultados completamente diferentes: o Espumante DOC Bairrada Extra Bruto Blanc des Blancs de 2006 (já disponível) e o Raríssimo Branco 2015, também da Bairrada (que, tal como os restantes vinhos da marca, chegará ao mercado em 2020).

“O terroir da Bairrada é aquele de que gosto mais” para o Arinto, explicou, durante uma apresentação do seu novo projecto, no início de Dezembro no Pestana Palace, em Lisboa, o enólogo, que já vinificou a mesma casta na região dos Verdes, do Dão, do Tejo, do Alentejo e de Lisboa.

Osvaldo Amado, que está ligado à Casa de Santar, Cabriz e Quinta do Encontro, tem uma longa experiência, trabalhou por todo o país e no Brasil, fez vinhos dos mais diversos tipos, venceu concursos, das suas mãos saíram vinhos que encheram milhões de garrafas, numa carreira que ultrapassou já as três décadas.

Com o projecto Raríssimo, ao qual se dedicou nos últimos dois anos (através da empresa Total Wines – Vinhos de Portugal, e com distribuição pela Vinalda), quer apresentar os vinhos que faz sem qualquer compromisso que não seja o de ser absolutamente verdadeiro consigo mesmo. Os cinco primeiros, que agora apresenta, são das regiões que melhor conhece e mais tem trabalhado, a Bairrada e o Dão, mas no futuro virão as outras. 

“Quero fazer o contrário do sentido do mercado, produtos originais, distintos, em contraciclo”, declarou. Com o Raríssimo Clarete Clássico 2013, do Dão, por exemplo, quis “ir à procura do que as pessoas já se esqueceram que existe”, numa experiência que descreve como “de intervenção mínima do enólogo”.

Não tem vinhas nem adega própria e não pretende ter. Reivindica a liberdade de escolher as vinhas que quer trabalhar e de fazer coisas únicas, não repetindo nunca o que já faz nos vários outros projectos em que está envolvido. “Tenho muita coisa em mente”, confidencia, “quero fazer vinho das mais pequenas regiões, das mais desconhecidas”. 

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