Número de nepaleses e franceses em Portugal foi o que mais cresceu nos últimos dez anos

Quase 480 mil estrangeiros viviam legalmente em Portugal em 2018 e cerca de um em cada quatro é brasileiro, seguindo-se os cabo-verdianos, romenos e ucranianos.

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Miguel Manso

Os nepaleses e os franceses são os estrangeiros residentes em Portugal cujo número mais cresceu nos últimos dez anos, mas a maior comunidade estrangeira residente no país é a brasileira.

Números da base de dados Pordata, divulgados por ocasião do Dia Internacional das Migrações, que se assinala esta quarta-feira, mostram que os nepaleses a viver em Portugal aumentaram 21 vezes entre 2008 e 2018, embora não ultrapassem os 11.487, enquanto os imigrantes franceses cresceram quatro vezes, passando de 4.576 para os 19.771 em dez anos. A Pordata realça que também quase que duplicaram os indianos, espanhóis, chineses e britânicos a viver no país. Em 2018 viviam em Portugal 26.445 britânicos, 24.856 chineses, 14.066 espanhóis e 11.340 indianos.

De acordo com os mesmos dados, quase 480 mil estrangeiros viviam legalmente em Portugal em 2018 e cerca de um em cada quatro é brasileiro, totalizando 104.504, seguidos dos cabo-verdianos (34.444), romenos (30.908) e ucranianos (29.197). Quase um em cada dez bebés nascidos em Portugal tinham mães de nacionalidade estrangeira. Dos 87.020 bebés nascidos no ano passado, 9389 estavam nessa situação.

Em 2018, entraram em Portugal, com a intenção de permanecer no país, cerca de 43 mil pessoas, mais 13 mil que em 2008, e mais de metade eram mulheres. A Pordata sublinha que a maioria da população estrangeira vive na área metropolitana de Lisboa (50%) e Algarve (16%), concentrando o município de Lisboa cerca de 16% do total dos imigrantes legais. Entre os dez municípios com maior proporção de estrangeiros no total da sua população residente, oito deles são algarvios. Pelo menos um em cada quatro residentes é estrangeiro nos municípios de Vila do Bispo, Albufeira, Lagos e Odemira.

De acordo com a base de dados gerida pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2,5% da população empregada em Portugal é estrangeira e, comparativamente com os portugueses, os imigrantes são mais vulneráveis ao desemprego, com uma taxa de quase 12%, enquanto entre os cidadãos nacionais a taxa de desemprego é de 7%. Portugal faz parte dos dez países da União Europeia em que a percentagem da população estrangeira no total da população residente é inferior a 5%.

Desde 2009 que mais de um terço dos imigrantes tem naturalidade portuguesa. Segundo as estatísticas, nos últimos 10 anos a nacionalidade portuguesa foi concedida, em média, a cerca de 22 mil cidadãos estrangeiros por ano, tendo sido o valor mais baixo atribuído em 2017, a 18 mil cidadãos, e o mais alto, em 2016, a 25 mil. Em 2018, um terço dos cidadãos que adquiriram nacionalidade portuguesa eram brasileiros, seguindo-se os cabo-verdianos e os ucranianos.

Desde 1961 que Portugal teve três períodos distintos com saldos migratórios negativos: de 1961 a 1973, de 1982 a 1992 e, mais recentemente, entre 2011 e 2016. Os dados indicam que a população de Portugal está a diminuir desde 2010, tendo o país perdido quase 300 mil pessoas. No entanto, e apesar de o saldo ser positivo nos últimos dois anos, os saldos migratórios não foram suficientemente elevados para compensar os saldos naturais negativos.

As estatísticas dão ainda conta de que, em 2018, as remessas dos imigrantes para o exterior chegaram aos 533 milhões de euros em 2018 e quase metade foi para o Brasil (48%), seguido da China (10%) e França (5%).

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