Campanha de Montenegro quer clarificar pagamento “anormal” de quotas em Boticas

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Luís Montenegro LUSA/PAULO CUNHA

O director de campanha de Luís Montenegro, candidato à liderança do PSD, disse nesta terça-feira que pediu a intervenção do conselho de jurisdição do partido para clarificar o pagamento “anormal” de quotas na concelhia de Boticas, Vila Real.

Pedro Alves disse que enviou um requerimento para o conselho de jurisdição nacional do PSD depois de se ter verificado “um pagamento excessivo de cerca 110 quotas em dois dias” naquela concelhia transmontana, quando “ao longo dos últimos meses praticamente não tinha havido nenhum”.

“O que nós queremos perceber é porque aconteceu apenas em dois dias e se foi tudo feito de acordo com aquilo que está previsto no regulamento e nas normas de pagamento de quotas. Daí solicitarmos a intervenção do conselho de jurisdição para que se verifique se há total transparência e rigor neste processo”, afirmou Pedro Alves à agência Lusa.

Com cerca de 5.500 residentes, o concelho de Boticas possui à volta de 600 militantes do PSD, o partido que sempre governou neste município do distrito de Vila Real. Nas últimas legislativas, o PSD ganhou com 61,54% dos votos (2.175), contra os 24,70% (873) alcançados pelo PS.

Contactado pela Lusa, o presidente da distrital do PSD de Vila Real e da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, afirmou não fazer “a mínima ideia” do processo de regularização de quotas até porque “cada militante é que tem na sua posse os códigos enviados directamente pela sede nacional para poder pagar”.

“Agora se pagaram no fim-de-semana ou antes ou depois, não faço a mínima ideia”, referiu.

Pedro Alves reforçou que se pretende uma “verificação de todo este processo”.

“Consideramos que é anormal porque, inclusive, foi o único sítio onde isto aconteceu e dada também a dimensão do concelho em si. Se há grandes centros com muitos mais militantes e habitantes em que percebemos que a cadência e o volume de pagamento de quotas nunca atingiu estes valores, estamos a falar de mais de 100 militantes a liquidar as quotas em apenas 48 horas. Para nós é estranho e estranhando este movimento e este volume de pagamento de quotas pedimos que se fizesse a verificação, apenas isso, para ficarmos todos esclarecidos”, justificou.

O director de campanha de Luís Montenegro elencou as “dificuldades que têm sido encontradas por parte dos militantes em regularizar a sua condição, uma vez que o acesso às senhas e códigos para pagamento de quotas obedece a um procedimento um pouco apertado” e, por isso, considerou “estanho que todos aqueles militantes tivessem acesso aos códigos naquelas mesmas 48 horas”.

“E é esta estranheza que nós queremos que se clarifique. Não estamos aqui a fazer nenhuma acusação, estamos simplesmente a procurar um esclarecimento e uma clarificação e daí a intervenção do conselho de jurisdição que é o órgão que está a fiscalizar este ato eleitoral e que garante um tratamento igual para todos”, sublinhou.

Luís Montenegro vai disputar as eleições directas do PSD, que se realizam no dia 11 de Janeiro, com o actual líder Rui Rio e Miguel Pinto Luz.

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