Governo diz que mãe portuguesa com duas crianças sem-abrigo em Paris rejeitou apoio

Estado garante que tem acompanhado a situação da família desde o início de Dezembro.

Foto
Martin Henrik

A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas disse esta segunda-feira que a portuguesa que vive na rua com os filhos, em Paris, foi contactada pelo consulado geral na capital francesa, que acompanha a situação, mas rejeitou o apoio social disponibilizado.

O caso foi tornado público numa reportagem do jornal francês Le Parisien: a mulher de 37 anos, portuguesa, vive em situação de sem-abrigo com os dois filhos menores, de 8 e 13 anos, na Île-de-France, Paris. As duas crianças frequentam a escola em Athis-Mons, onde são os primeiros a chegar e os últimos a sair, quando o estabelecimento de ensino encerra as portas.

Segundo a reportagem, a família foi parar à rua por falta de vagas nas pensões sociais de apoio aos sem-abrigo, na habitação social e por falta de emprego estável da mãe das duas crianças. E mostra ainda que, depois da escola, as crianças fazem os trabalhos de casa e estudam numa estação da RER, a rede de comboios regionais da Île-de-France, com o banco a servir de secretária.

Necessidades sociais

O Estado Português tem acompanhado a situação desta família portuguesa desde o início de Dezembro, através do consulado geral de Portugal em Paris, que “está em contacto com as autoridades francesas competentes”, referiu a secretaria de Estado. “Foi também possível estabelecer contacto com a cidadã nacional em causa, a quem foi disponibilizado apoio social, tendo esse apoio sido rejeitado”, acrescentou a entidade governamental.

Em resposta por escrito a questões colocadas pela agência Lusa, a secretaria de Estado assegura, porém, que “a situação desta família continuará a ser acompanhada com a máxima atenção, tendo em conta que estão envolvidos dois cidadãos menores”.

De acordo com dados da secretaria de Estado, em 2018, foram reportados 31 casos de “carência social” ao consulado geral de Paris, adiantando que estes casos de necessidade social são encaminhados para as autoridades francesas competentes, mas “contam também com o apoio da parte de associações sociais da comunidade portuguesa em França”.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários