Detidos 11 suspeitos de contrafacção de moeda falsa em operação coordenada pela Europol

Na operação “Deep Money” foram detidas cinco pessoas e apreendidas mais de 1800 notas falsas de 50 e de 10 euros.

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LUSA/JOÃO RELVAS

Onze pessoas suspeitas de contrafacção de moeda em países europeus foram detidas na sequência de buscas domiciliárias coordenadas pela Europol no âmbito da operação “Deep Money”, anunciou esta segunda-feira a Polícia Judiciária (PJ).

A PJ, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e com a colaboração da EUROPOL, desmantelou em Julho passado a segunda maior rede de contrafacção de moeda falsa da Europa, comercializada através da designada darknet, numa operação que envolveu oito buscas, domiciliárias e não domiciliárias.

Na operação “Deep Money” foram detidas cinco pessoas e apreendidas mais de 1.800 notas falsas de 50 e de 10 euros.

Hoje, em comunicado, a PJ adiantou que a EUROPOL coordenou, entre os dias 9 e 11 deste mês, uma acção a nível europeu, visando várias dezenas de suspeitos que haviam adquirido moeda falsa através da darknet.

“Após uma análise dos elementos probatórios recolhidos pela Polícia Judiciária, foi possível identificar diversas transacções de moeda falsa, informação que foi comunicada à Europol e, posteriormente, por esta optimizada e disseminada por todos os países afectados”, é referido na nota.

A Europol realizou na semana passada um total de 36 buscas domiciliárias, identificados e interrogados 44 suspeitos, 11 dos quais acabaram por ser detidos, tendo sido apreendidas notas falsas, armas, drogas, documentos falsos e moedas virtuais, bem como substâncias dopantes.

A nota da PJ adianta também que na Alemanha foi igualmente desmantelada uma rede que produzia documentos falsos, país onde foram realizadas 27 buscas domiciliárias, tendo as restantes nove sido realizadas na Áustria, França, Grécia, Irlanda, Luxemburgo e Espanha.

Em Julho, a PJ anunciava em conferência de imprensa que a rede foi formada no início de 2017 e que desde aí produziu milhares de notas de euros falsas “com muito boa qualidade”, tendo a maquinaria apreendida sendo encontrada em casas.

“Apesar da apreensão de milhares de notas contrafeitas, é muito comum que nos próximos meses ainda haja a circular algumas notas que vão sendo apreendidas”, afirmou o coordenador Luís Ribeiro, da Unidade Nacional de Combate.

A comercialização das notas fazia-se através da darknet e os criminosos conseguiam entre 20 a 25% de lucro, isto é, 100 mil euros eram vendidos por 20 ou 25 mil euros.

No início de Julho e durante várias buscas foram apreendidas em Portugal cerca de cinco mil notas falsas de euro, no valor aproximado de 250 mil euros, e “diversos objectos relacionados com a produção das notas, nomeadamente computadores, impressoras, papel de segurança com incorporação de filamento de segurança, hologramas e bandas holográficas auto-adesivas, tintas ultravioleta e tinteiros”.

“As notas eram publicitadas e comercializadas através da darknet e recebidas as encomendas por essa via ou através de algumas aplicações móveis e posteriormente o presumível cabecilha remetia essa informação aos elementos do grupo que encontravam em Portugal que por sua vez produziam as notas e enviavam por correio”, explicou o polícia.

As notas contrafeitas foram apreendidas em praticamente todo o espaço europeu, com maior incidência em França, Alemanha, Espanha e Portugal e globalmente desde Janeiro de 2017 foram apreendidas notas com valor superior de 1,3 milhões de euros.

Entre as cinco pessoas detidas e já com medidas privativas da liberdade, estão cidadãos portugueses e franceses.

Um dos detidos é português, tem 35 anos, e é considerado pela PJ como o cabecilha da rede que foi detido a 23 de Agosto na Colômbia e posteriormente entregue à PJ em Portugal.

O homem tem registo criminal por vários crimes, nomeadamente tráfico de droga e extorsão sexual.

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