Quem é Carrie Symonds, a companheira de Boris Johnson?

É a primeira vez que um primeiro-ministro leva para o número 10 de Downing Street uma mulher com quem não está casado.

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Johnson mudou-se com a companheira Carrie Symonds, numa altura em que o divórcio de Marina Wheeler não está concluído Thomas Mukoya/Reuters
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Os ventos de mudança sopram pelo Reino Unido. Primeiro, foi a estrondosa vitória de Boris Johnson, nas eleições da semana passada, que permitiu que os conservadores tivessem alcançado uma maioria absoluta, abrindo a porta a um divórcio com a União Europeia. A seguir, uma estreia em Downing Street: Johnson mudou-se, mas levou consigo a sua companheira Carrie Symonds, numa altura em que o divórcio da sua segunda mulher, Marina Wheeler, com quem esteve casado durante 25 anos e de quem teve quatro filhos, ainda não está concluído.

A chegada de Carrie Symonds, de 31 anos, ao número 10 de Downing Street pode representar uma mudança de paradigma daquilo que é expectável de uma primeira-dama britânica.

Symonds é jovem e loura, mas está longe de caber numa figura meramente decorativa: sobre ela, diz-se, recai a mudança de discurso, nos últimos meses, que conseguiu com que Johnson revertesse a imagem que projectava para o eleitorado, e até a sua transformação física, com destaque para o corte de cabelo que fez manchetes.

Uma comunicadora nata

Carrie Symonds trabalhou na sede de campanha dos Conservadores, onde começou como assessora de imprensa, conseguindo rapidamente destacar-se e chegar a chefiar o departamento de Comunicação — em 2018, foi colocada em segundo lugar do top-10 das figuras na comunicação política pela revista PR Week.

As aptidões de comunicação de Carrie Symonds não são fruto do seu historial académico — foi aluna exemplar, mas do curso de História de Arte e Estudos de Teatro, na conceituada Universidade de Warwick —, mas provavelmente da sua vivência familiar: o seu pai é o jornalista Matthew Symonds, co-fundador do jornal The Independent, em 1986.

Porém, na mesma altura em que começaram a surgir os rumores sobre a sua relação com Boris Johnson, a mulher saiu do Partido Conservador — pelo qual foi consultora especial de dois secretários de Estado: Sajid Javid, quando este tinha a pasta das Comunidades, e John Whittingdale, com o dossier da Cultura — para assumir um lugar de relações públicas e consultora da Oceana, uma associação de protecção da vida marinha, tendo como uma das principais tarefas o tema global Salve os Oceanos, Alimente o Mundo.

Entre a discrição e a fama

A decisão pode indiciar que Symonds pretenda, para já, manter-se longe dos holofotes. No entanto, dado o seu percurso profissional e pessoal (é conhecida por ter opiniões firmes sobre diversos assuntos, não se coibindo de pronunciar sobre os mesmos — ainda este ano, condenou na sua conta de Twitter o turismo milionário da caça a animais selvagens), é pouco provável que siga as pegadas das recatadas Sarah Brown e Samantha Cameron (depois destas, Theresa May levou para Downing Street o marido Philip May, mas é sabido que, até agora, nunca foi pedido aos maridos das primeiras-ministras britânicas que desempenhassem qualquer papel — alguém se lembra de Denis Thatcher, o marido da Dama de Ferro?).

Talvez até consiga desbravar um caminho que a autónoma e independente Cherie Blair tentou percorrer, tendo sido, durante anos, um dos alvos predilectos dos tablóides britânicos.

Porém, Boris Johnson defende que a sua vida privada só a si diz respeito. Foi o que afirmou quando, em Junho, a polícia foi chamada à residência do então candidato à liderança conservadora, depois de vizinhos terem telefonado às autoridades ao ouvirem uma acesa discussão entre o casal, gritos e o som de objectos a bater. E, de acordo com um inquérito realizado na altura pelo Daily Express, os britânicos concordam com o novo primeiro-ministro: 82% respondeu que “a sua vida privada é privada”. Resta saber se os tablóides vão respeitar a vontade do governante e, como indica a sondagem, do público.

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