Houve ruptura de stock de vacinas contra a gripe, admite ARS de Lisboa e Vale do Tejo

A vacina da gripe esteve esgotada a nível nacional, mas entretanto já chegou um novo stock. A explicação foi motivada por uma pergunta do PSD entregue à Assembleia da República sobre a falta de vacinas em lares de idosos do distrito de Santarém.

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Vacina contra a gripe Adelaide Carneiro

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) admitiu hoje que houve uma ruptura de stock da primeira tranche de vacinas contra a gripe, há duas semanas, tendo a mesma “esgotado a nível nacional”. A informação foi confirmada à Lusa, na sequência de uma pergunta entregue pelo PSD na Assembleia da República, sobre a falta de vacinas em lares de idosos de concelhos do distrito de Santarém. 

Segundo a mesma fonte, “o Serviço Nacional de Saúde [SNS] procedeu à aquisição de uma segunda tranche de vacinas, entretanto já recebidas”, tendo a região da Lezíria do Tejo já sido abastecida e a região do Médio Tejo começado a receber.

A ARSLVT deu ainda conta de que “mais vacinas vão ser entregues” nesta sexta-feira na região do Médio Tejo, “sendo distribuídas conforme solicitação e especialmente direccionadas para os lares de idosos, onde as mesmas estavam em falta”. “Neste momento não há ruptura nem falta de vacinas na área de abrangência da ARSLVT”, assegurou à Lusa.

PSD quis saber porque faltaram vacinas a idosos

Segundo o PSD, “milhares de idosos” do distrito de Santarém estão sem vacina contra a gripe”, tendo o partido exigido explicações ao Governo, liderado pelo PS, e a “resolução imediata” do problema.

“Os idosos de pelo menos mais de metade dos 21 concelhos do distrito de Santarém não tiveram ainda acesso à vacina contra a gripe que a própria Direcção-Geral da Saúde (DGS) recomenda que seja dada prioritariamente aos maiores de 65 anos logo a partir de Outubro. Ora, é precisamente esse grupo prioritário que foi esquecido pelo Ministério da Saúde, enquanto outros grupos menos fragilizados já foram vacinados”, pode ler-se na introdução da pergunta parlamentar, a que a agência Lusa teve acesso.

No documento, assinado pelos deputados Duarte Marques, Isaura Morais, João Moura, Ricardo Baptista Leite, Álvaro Almeida, Alberto Machado, é referido que na quinta-feira, “diversos lares de idosos em concelhos como Abrantes, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Entroncamento, Vila Nova da Barquinha [todos na região do Médio Tejo], Rio Maior, Almeirim, Santarém e Salvaterra de Magos [na Lezíria do Tejo] não têm ainda vacinas para todos os seus utentes”.

Nas perguntas dirigidas à ministra da Saúde, Marta Temido, os deputados do PSD pedem a “resolução imediata deste problema” e “explicações sobre as razões que levaram a DGS, ao contrário do habitual, a não dar a habitual prioridade aos idosos que estão em lares de IPSS [instituições particulares de solidariedade social] ou Misericórdias”.

Contactado pela Lusa, o deputado Duarte Marques disse que esta situação “é inaceitável e uma desconsideração enorme pelos mais idosos e pela região”, tendo reclamado “um apuramento de responsabilidades e um pedido de desculpa às pessoas”.

Nas perguntas dirigidas ao Governo, o PSD refere que o problema “poderá não ter estado na escassez de vacinas, mas, sim, no planeamento deficiente por parte do Ministério da Saúde e na falta de respeito pela priorização de grupos de risco”.

Os deputados querem saber “como justifica o Governo que nesta altura do ano milhares de idosos, utentes de dezenas de lares de terceira idade não tenham ainda recebido a vacina contra a gripe”, e “qual a explicação para o facto de outros grupos etários que não são de risco terem sido vacinados contra a gripe antes dos grupos que a DGS definiu como mais vulneráveis e prioritários”.

Além disso, questionam, por exemplo, “em que datas foram feitas as encomendas, e em que quantidades, de vacinas para a campanha de vacinação contra a gripe de 2019/20” e “quando prevê o Governo que todos os grupos de risco tenham sido vacinados no âmbito da campanha de vacinação contra a gripe 2019/2020”.

Os serviços públicos de saúde tiveram este ano disponíveis 1,4 milhões de doses de vacina da gripe para dar gratuitamente à população-alvo da vacina, como idosos e institucionalizados. As autoridades da saúde recomendam a vacinação contra a gripe, sobretudo em pessoas a partir dos 60 anos e em doentes crónicos e vulneráveis.

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