Donald Trump Jr. matou carneiro de espécie ameaçada na Mongólia

A licença de caça só foi emitida dias depois de a caçada ter tido lugar.

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Uma imagem da viagem partilhada por Donald Trump Jr. no Instagram DR

O filho do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Jr., matou um carneiro selvagem argali, uma espécie ameaçada, numa viagem de caça à Mongólia, em Agosto último. E recebeu a licença de caça apenas depois, com efeitos retroactivos, revelou esta quarta-feira, 11 de Dezembro, o site ProPublica.

Donald Trump Jr. recebeu uma das 86 licenças de caça concedidas este ano pelo governo mongol para matar um exemplar destes animais, considerados ameaçados desde 2011 — e entre as ameaças que enfrentam estão a perda de habitat e a caça.

Amgalanbaatar Sukh, cientista que dirige um centro de investigação sobre esta espécie, disse à ProPublica que a gestão das licenças é muito política e muito pouco transparente. Em teoria servem para conseguir dinheiro para financiar esforços de conservação, já que a população destes animais caiu para menos de metade entre 1985 e 2009. 

Um porta-voz de Trump Jr. assegurou que a viagem foi comprada num leilão na National Rifle Association (NRA, o lobby das armas norte-americano) em 2015, antes de o seu pai anunciar a candidatura à presidência, e que foi paga pelo próprio, incluindo a licença de caça.

Mas, segundo a ProPublica, Trump Jr. recebeu apoio e “tratamento especial” do governo mongol e a licença de caça, uma de três concedidas para aquela região, só foi emitida a 2 de Setembro, quando o filho do presidente norte-americano já tinha abandonado a área. Na mesma viagem, Trump Jr. esteve com o presidente do país.

Os filhos do presidente dos Estados Unidos são ambos fãs de caça e já participaram em safáris em África — imagens dos dois com um elefante e com um leopardo que tinham matado causaram polémica durante a campanha, lembra o The Washington Post. A viagem à Mongólia também ficou documentada, no Instagram de Donald Trump Jr., e o empresário terá pedido para os guias que o acompanharam guardarem o corpo do animal para ser usado como troféu.

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