Equipa de Intervenção de Santo Tirso quer avaliação precoce da saúde dos bebés

“Prevemos que 3,7% de todas as crianças precisam de intervenção precoce na infância e que se for feita devida e atempadamente, ou seja, à nascença, apenas 1,8% em idade adulta terão necessidades especiais”, diz coordenadora das Equipas Locais de Intervenção.

Foto
daniel rocha

A coordenadora das Equipas Locais de Intervenção (ELI) de Santo Tirso/Trofa, Sara Figueiredo, defendeu esta quarta-feira que uma avaliação precoce da saúde dos recém-nascidos poderá reduzir para metade o número de adultos com necessidades educativas especiais.

“Queremos que nos referenciem o quanto antes para podermos intervir, quando ainda temos uma janela grande, como a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade que o cérebro tem de se poder adaptar e de reagir aos factores negativos e positivos”, justificou a também responsável pela organização das III Jornadas das Equipas Locais de Intervenção, que decorrem em Santo Tirso no dia 19 de Dezembro.

As jornadas pretendem chamar a atenção para a necessidade de encarar a cação “como um investimento”, enfatizou Sara Figueiredo, membro da organização do evento que “espelha o trabalho das 150 ELI em funções no país”.

Reportando-se a um “estudo europeu recentemente efectuado”, a responsável das jornadas avançou com números que podem ajudar a mudar a forma como se intervém junto dos mais jovens.

“Prevemos que 3,7% de todas as crianças precisam de intervenção precoce na infância e que se for feita devida e atempadamente, ou seja, à nascença, apenas 1,8% em idade adulta terão necessidades especiais”, sublinhou a responsável.

O tema destas jornadas, continuou Sara Figueiredo, “é perspectivar em termos futuros o que a intervenção precoce tem a dar, pois trata-se de um investimento”.

E sobre a forma como a intervenção deve decorrer, Sara Figueiredo vincou que esta deve ocorrer nos locais e nos termos em que as crianças se sintam bem e “juntamente com os seus pares e não separadas, como se fossem pessoas diferentes”.

Enfatizando ser “cada criança, na intervenção precoce, única”, argumentou que a intervenção precoce na infância deve ser vista “como primeiro passo para a inclusão”.

Os ELI funcionam sob a tutela do SNIPI (Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância) e que resulta da articulação coordenada de três ministérios, da Saúde, Educação e do Trabalho e da Solidariedade Social.

“São elegíveis para o SNIPI crianças dos zero aos seis anos de idade com alterações nas funções ou estruturas do corpo, que limitam o normal desenvolvimento e a participação nas actividades típicas, tendo em conta os referenciais de desenvolvimento próprios, para a respectiva idade e contexto social. Portanto, atraso do desenvolvimento com ou sem etiologia conhecida”, refere a informação disponibilizada à Lusa.

E, prossegue, “crianças com risco grave de atraso de desenvolvimento pela existência de condições biológicas, psicoafectivas ou ambientais que implicam uma alta probabilidade de atraso relevante no desenvolvimento da criança”.

As jornadas dirigem-se a todos os profissionais de Intervenção Precoce na Infância, médicos de Medicina Geral e Familiar, pediatras, pedopsiquiatras, neuropediatras, fisiatras, enfermeiros, docentes, técnicos do serviço social, psicólogos, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas.

Sugerir correcção
Comentar