Cartas ao director

Sintra

Leitor diário do PÚBLICO, agradeço ao jornal e a Paulo Ferrero o esclarecido, oportuno e muito importante artigo de anteontem - “Sintra, Património da Humanidade, aqui e agora”.

Os sintrenses estão cansados de diálogos de surdos com o presidente da câmara, que nega o óbvio na pretensão de afastar os discordantes. Acreditamos que tenha mais impacto o vosso artigo que todas as nossas idas às assembleias e reuniões de câmara. Preocupados também por a zona da Vila até S. Pedro não ter saneamento básico, apesar de estar a 25km de uma capital europeia e em pleno séc. XXI, vivemos na dúvida se seremos o segundo concelho do país e merecedores da UNESCO. A promessa falsa do novo hospital, anunciado por António Guterres, Maria de Belém e Edite Estrela em conferência de imprensa, com pompa e circunstância, em 1999, foi outra parangona dos que se servem de Sintra.   

João Silveira Diniz, Sintra

O combate à corrupção

Quem é capaz de se declarar contra o combate à corrupção? Nem mesmo os que dela vivem e fazem fortuna se disponibilizarão para tão desassombrada afirmação. Logo, podemos registar aqui a sempre fugidia unanimidade nacional, enfileirando nos desígnios do Ministério da Justiça ao indicar tópicos de reflexão ao grupo de trabalho criado para o efeito. 

Se é para dizer “sim” a todas as medidas que o ministério avança, não contem comigo. Há uma delas, a da delação premiada, que não merece a honra de lá estar. Delação é palavra “maldita” que não consigo encaixar num dicionário minimamente ético, razão pela qual, já há quem a enuncie como “colaboração”. O eufemismo enganador é evidente e choca com a realidade das coisas, porque, sendo a colaboração um dever de todos os cidadãos para a descoberta da verdade (Código de Processo Civil), não se entende que o seu cumprimento possa valer um qualquer prémio. Se, por outro lado, me acenam com a eficácia da medida, resta-me perguntar se os fins justificam os meios. É que, se for assim, às urtigas a Filosofia do Direito.

José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia 

Carris

O PÚBLICO noticia na edição de ontem que a Carris quer ter 100% autocarros eléctricos em... 2040. Haverá uma erro de impressão ou é mesmo que a Carris não pretende ocupar-se, perdendo tempo, vá lá, perdendo algum dinheiro, para revender a sua frota actual e adquirir (em leasing?...)  autocarros 100% eléctricos para aliviar a poluição em Lisboa?

Ou não há oferta no mercado suficiente bem antes de 2040? Sim, dá muito trabalho, eu sei. Não tem pessoal qualificado para fazer isso? Não é uma empresa pública e como tal não tem o dever de vanguarda e executar políticas públicas conjuntamente com o seu serviço?

José E. Freitas, Bruxelas

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