Satisfação e expectativa na reacção portuguesa ao Pacto Ecológico Europeu

Ambição europeia foi saudada na COP25, em Madrid.

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Ursula von der Leyen no Parlamento Europeu Francois Lenoir/REUTERS

No espaço da União Europeia na Feira de Madrid, onde decorre a 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, não houve interrupção dos eventos agendados para ouvir a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentar o Pacto Ecológico Europeu (Green Deal). Aliás, um dos eventos que acontecia a essa hora era organizado por Portugal, que discutia as metas do Roteiro de Neutralidade Carbónica e a forma como a economia tem de ajudar a pô-lo em prática. Após o encontro, tanto o ministro do Ambiente e da Acção Climática, como o representante da associação ambientalista Zero se mostraram satisfeitos com o pacto apresentado.

O ministro Matos Fernandes mostrou-se satisfeito com o índice e as metas apresentadas, considerando que “correspondem à ambição que a Europa tem de ter”. Sobre o montante do investimento anunciado, pediu cautela, afirmando: “Não nos iludamos, a questão da transformação de uma sociedade não é só uma questão de dinheiro, é de vontade política”.

Francisco Ferreira, da associação ambientalista Zero, disse que o Green Deal é “sem dúvida, um pacto dos mais importantes para a Europa” e salientou muitos dos seus aspectos positivos — incluindo as medidas dedicadas à aviação e à navegação - mas deixou no ar a expectativa de que o documento possa vir a ser melhorado e que, na próxima COP, em Glasgow, já não se fale numa redução de emissões dentre 50 a 55% até 2030, mas se possa falar apenas no valor mais alto, à semelhança do compromisso já assumido por vários países, incluindo Portugal.

Também a Associação Natureza Portugal, em associação com a World Wide Fund for Nature (ANP/WWF), em comunicado, recebeu o pacto europeu com um apelo ao Governo português para que assuma “um forte compromisso” com ele, e para que invista no restauro “da natureza em Portugal”, que diz ser a outra face da moeda da neutralidade carbónica.

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