Actividade do vulcão Whakaari paralisa operações de busca na Nova Zelândia

Um aumento da actividade sísmica da ilha ditou que as operações de recuperação de pelo menos oito turistad desaparecidos fossem colocadas em pausa. Pelo menos 30 pessoas continuam hospitalizadas.

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LUSA/AUCKLAND RESCUE HELICOPTER TRUST / HANDOUT

O aumento da actividade do vulcão Whakaari, na ilha Branca da Nova Zelândia, cuja erupção na segunda-feira terá causado pelo menos 14 mortos, paralisou nesta quarta-feira as operações de busca por pelo menos oito turistas desaparecidos. A recuperação dos corpos é uma prioridade, afirma o porta-voz da polícia neozelandesa, mas as equipas de socorro não devem ser colocadas em perigo. 

“Para enviar as equipas temos de ter a certeza absoluta de que é seguro”, sublinhou Bruce Bird, numa conferência de imprensa em Whakatane, a cerca de 50 quilómetros de Whakaari, uma ilha no nordeste da Nova Zelândia também conhecida como ilha Branca. Neste momento, um aumento da actividade sísmica da ilha ditou que as operações de recuperação dos corpos fossem colocadas em pausa. 

"Desde as 4h desta madrugada que o nível de agitação vulcânica tem estado a aumentar”, lê-se num comunicado da agência governamental GeoNet da manhã desta quarta-feira. “A situação continua altamente incerta”, acrescenta o mesmo comunicado. “É expectável que aconteçam erupções nas próximas 24 horas.” De acordo com a GeoNet, o nível de alerta permanece no 3, numa escala de 5.

“Ontem havia um alto risco de erupção”, disse o vulcanólogo Graham Leonard, durante a conferência de imprensa. “Hoje há um risco ainda maior de erupção. E os parâmetros estão a piorar neste momento”, cita a BBC

“Falei com várias das pessoas envolvidas nas operações de busca e salvamento, e eles têm muita, muita vontade de voltar lá, querem trazer as pessoas de volta para as suas casas”, disse a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, aos jornalistas presentes.

Pelo menos 30 pessoas continuam hospitalizadas

erupção aconteceu às 14h11 de segunda-feira (mais 13 horas do que em Portugal) e lançou detritos rochosos pelo ar, assim como cinzas e uma densa coluna de fumo que atingiu uma altura de 3600 metros. Encontravam-se cerca de 50 pessoas na ilha Branca, no norte da Nova Zelândia, quando o vulcão entrou em erupção — 24 da Austrália, nove dos EUA, cinco da Nova Zelândia, quatro da Alemanha, duas da China, duas do Reino Unido e um da Malásia.​ As imagens captadas por uma câmara na ilha mostram um pequeno grupo de turistas a caminhar na cratera do vulcão, segundos antes da erupção.

Parece que não há ninguém que tenha conseguido sobreviver na ilha”, concluiu John Tims sobre as oito pessoas que continuam desaparecidas. As autoridades ainda estão a tentar identificar vários corpos. 

Pelo menos 30 pessoas continuam hospitalizadas com queimaduras e problemas respiratórios — o número chegou a ser mais alto, mas um dos feridos morreu na terça-feira. Desses, 25 estão em estado crítico e outros cinco em estado grave, mas estável. 

“Esta é uma das situações mais desafiantes porque sabemos que os pacientes estão com dores muito grandes e vão lutar pelas suas vidas durante as próximas duas ou tr~es semanas”, disse John Bonning, presidente do Colégio de Medicina de Emergência da Australásia ao jornal New Zealand Herrald. Pelo menos 120 metros quadrados de pele foram importados dos EUA e da Austrália. 

Nem todos os feridos conseguirão sobreviver aos ferimentos, lamentou o médico e responsável governamental Peter Watson, acrescentando que as unidades de queimados estão na sua capacidade máxima. As vítimas têm entre 13 e 72 anos e três dos feridos tiveram alta hospitalar.

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