Benfica precisa de um 2-0 na Champions para encontrar a “saída de emergência”

Os “encarnados” jogam nesta terça-feira, frente ao Zenit, a continuidade nas competições europeias. Com a Liga dos Campeões fora do alcance, resta a Liga Europa, à distância de uma vitória confortável.

Foto
O treino pré-Zenit dos "encarnados" LUSA/MÁRIO CRUZ

“Ao alcance”, dirão os mais esperançosos, “irreal”, definirão os mais cépticos. Com maior ou menor optimismo, o certo é que o Benfica só depende de si próprio para garantir um lugar na Liga Europa. A Liga dos Campeões é já uma quimera, impossível que ficou, na última jornada, a continuidade na prova milionária, restando à equipa de Bruno Lage a “saída de emergência” pela porta da Liga Europa.

Nesta terça-feira, na recepção ao Zenit, no Estádio da Luz (20h, TVI), as contas são fáceis de fazer: o Benfica tem de ganhar o jogo. Se não o fizer, acabam-se as partidas europeias para os “encarnados” em 2019/20.

Abdicar da calculadora

Vencendo o jogo por um resultado melhor do que 3-1 (um 2-0, por exemplo), o Benfica estará na Liga Europa e poderá terminar a noite com um sorriso. Isto acontece porque os portugueses anularão o 3-1 sofrido em São Petersburgo – e a missão seria ainda mais difícil, não tivesse sido o golo de Raúl de Tomás, aos 85 minutos, na Rússia.

PÚBLICO -
Aumentar

Caso a vitória frente ao Zenit seja mais curta, então, aí, restará “rezar”. E a “reza” tem um sentido bem definido: esperar que o Lyon perca, em casa, com o já apurado RB Leipzig. Assim, o Benfica eliminaria o Lyon das provas europeias, por via de um autêntico “milagre”: no desempate a três entre Benfica, Zenit e Lyon, todos com sete pontos, os portugueses ficariam no segundo lugar desse “campeonato”, com seis pontos nos confrontos directos (mais dois do que o Lyon).

Olho em Dzyuba

Para este jogo, o Benfica, até pela experiência do jogo em São Petersburgo, saberá que é no avançado russo Artem Dzyuba que terá de focar mais atenções. O “gigante” mostrou, mais uma vez, que não é, apenas, um poço de força, mas que sabe receber, segurar e combinar com os colegas, permitindo soltar os jogadores mais criativos. E já leva 13 golos e 11 assistências na temporada.

Os dados estatísticos relativos ao Zenit atestam a forma como a equipa treinada por Sergei Semak procura a participação de Dzyuba: é, das 32 equipas em prova, a que mais passes longos faz por jogo e é a segunda que mais duelos aéreos ganha por partida – e o Benfica é das mais fracas nesse capítulo.

Não obstante os recursos ofensivos bem definidos, na procura do jogo de apoio frontal de Dzyuba, o Zenit tem, no lado defensivo, problemas evidentes: é das equipas que mais remates permitem aos adversários – algo em que o Benfica também não é exemplo – e é a quarta formação que mais tempo passa no próprio meio-campo.

Isto equivale a dizer que, querendo, o Benfica deverá conseguir montar uma ofensiva constante à área do Zenit, ainda que precise de mais do que um jogador disponível para, mais atrás, segurar a força e a técnica de Dzyuba.

Lage não quer pressa

Na antevisão da partida, Bruno Lage revelou ter pedido aos jogadores para não terem pressa de chegar ao golo. “As entradas no jogo têm de ser sempre fortes, mas o mais importante não é ter entrada forte, mas ser consistente nos 90 minutos. Por vezes, a pressa não resulta. Não podemos marcar dois golos de uma só vez, tem de ser um de cada vez. Temos de procurar espaços e explorá-los, sem nunca nos desequilibrarmos”, explicou​, nesta segunda-feira, em conferência de imprensa. E falou do jogo como um passo na procura da grandeza internacional: “O Benfica tem de voltar a ser grande em termos internacionais e trabalhar arduamente para voltar a ser”​.

O Benfica continuará sem Rafa, lesionado, mas também André Almeida, a contas com problemas físicos mais recentes, terá de ver o jogo na bancada. Tomás Tavares tem via aberta para o “onze”, no lado direito da defesa.

Do lado contrário, o Zenit viaja até Lisboa sem dois habituais titulares: o central Rakitskiy e o médio Kuzyaev, ambos suspensos. O treinador, Semak, garantiu que não tem medo do Benfica. “Não temos medo do Benfica, mas respeitamo-lo. É uma das equipas com mais títulos em Portugal e na Europa. Sabemos que jogam bem em casa, vai ser um jogo interessante, como foi em casa do Zenit. Vamos querer fazer um bom resultado”, disse, em conferência de imprensa.

Sugerir correcção
Comentar