É um abrigo para emergências, inspirado em origamis e na impressão 4D

A designer Alice Costa desenvolveu um abrigo para emergências que se monta sozinho em poucos minutos. Para já, não passa de uma ideia, mas a investigação da Universidade do Porto vai continuar.

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As catástrofes naturais e a guerra são só algumas das situações de emergência que podem levar ao desalojamento massivo. Nestes cenários, é preciso actuar rapidamente, disponibilizando alojamentos temporários estruturalmente eficazes.

Foi a pensar nisso que Alice Costa desenvolveu um novo “abrigo de emergência”, no âmbito do seu projecto de investigação do mestrado em Design Industrial e de Produto da Universidade do Porto. A designer de produto digital procurava “uma solução que não só resolvesse as actuais estruturas improvisadas pelos locais, como também facilitasse a montagem das mesmas”, conta ao P3. Por outras palavras, queria “substituir as tendas de lona” que actualmente servem de abrigo aos deslocados. 

De Janeiro a Julho deste ano, a jovem de 26 anos trabalhou neste projecto. Idealizou então um abrigo de emergência, inspirado nas técnicas de origami, construído a partir de impressão 4D, tecnologia que permite conceber estruturas 3D com polímeros “com memória”, ou seja, que reagem a estímulos ambientais como água, calor e luz. Neste caso, basta molhar o material com água quente para que se torne maneável.

A estrutura ganha forma automaticamente, adquirindo rigidez minutos depois; para desmontar, é só voltar a usar a água quente. Além de ser de montagem simples e rápida, o abrigo é de fácil transporte e, garante Alice, assegura um “espaço mínimo habitável”. Além disso, é modular, auto-reparável e multifuncional.

O projecto de investigação foi realizado sob orientação de Jorge Lino, director adjunto do mestrado em Design Industrial e de Produto e também do Design Studio da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e de António Torres Marques e Bárbara Rangel, ambos investigadores e professores da mesma instituição. E agora ainda pode vir a “ser melhorado”. Para já, o projecto não passa de uma ideia, mas o registo de patente já foi feito. Futuras investigações vão debruçar-se na “melhoria das propriedades do material em termos de rigidez e resistência”. 

Esta não é a primeira vez que surgem soluções de alojamento temporário para situações de emergência. Já em 2013 a IKEA juntou-se ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados para produzir um abrigo mais resistente do que as tendas tradicionais, feito a “partir de painéis laminados leves, facilmente fixado, que protegem dos raios ultravioleta e que isolam o interior a nível térmico”. Já em Outubro deste ano, o projecto Nautilus venceu o concurso Born from Knowledge. Trata-se de um abrigo de emergência inspirado “no molusco nautilus”, construído com um material “com propriedades hidrófilas e hidrófugas”, desenvolvido por Inês Secca Ruivo, professora da Universidade de Évora, e Cátia Bailão Silva, antiga aluna da instituição.

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