Apple explica por que motivo os novos iPhones recolhem sempre a localização do aparelho

Depois de especulação online sobre falhas de privacidade, a empresa garante que não recebe dados e justifica o comportamento com uma nova funcionalidade de partilha de ficheiros.

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Os iPhone 11 foram apresentados em Setembro Reuters/JASON LEE

O comportamento já tinha sido notado em fóruns online e em sites de informação especializados: os modelos mais recentes do iPhone continuavam a registar a localização do aparelho, mesmo quando os utilizadores tinham definido que nem o sistema operativo nem as aplicações deviam recolher esta informação.

Agora, a Apple veio explicar que o comportamento serve para uma nova funcionalidade de partilha de ficheiros entre equipamentos, afirmando que a informação não é registada pela empresa e que não há falhas de privacidade.

A geolocalização feita pelos aparelhos da gama iPhone 11 tinha sido divulgada no início da semana pelo blogue especializado em cibersegurança Krebs on Security, que no passado já descobriu falhas nos produtos de várias empresas, incluindo um caso em que o Facebook armazenava palavras-passe num ficheiro não encriptado, que podia ser lido por qualquer pessoa com acesso.

Na terça-feira, aquele blogue publicou um vídeo no qual demonstra como o iPhone 11 Pro (um dos três modelos lançados este ano) continua a detectar a localização do utilizador, mesmo quando as definições indicam que não o deve fazer. O blogue notava também que esta prática parecia ir contra as políticas de privacidade da Apple.

A recolha da informação não era escondida pelo sistema operativo e os utilizadores viam um ícone no aparelho (uma pequena seta) sempre que este estava a detectar a respectiva localização.

Nesta quinta-feira, e após se ter recusado inicialmente a fazer comentários à imprensa, um comunicado da Apple, citado em vários sites, explica que o comportamento se deve a uma funcionalidade dos modelos mais recentes que recorre a tecnologia de banda ultralarga para permitir partilhar ficheiros entre aparelhos sem recorrer à ligação à Internet. Porém, o recurso àquela tecnologia não é legalmente permitido em alguns países, pelo que os telemóveis têm de verificar se estão numa localização autorizada, notou a Apple.

“O iOS usa os serviços de localização para determinar se um iPhone está naquelas localizações proibidas e desactivar a banda ultra larga, cumprindo as regulações”, especificou a empresa. Além disso, a detecção da localização é também usada para que os aparelhos saibam a posição em que estão em relação a outros com os quais possam partilhar ficheiros.

Segundo a Apple, a gestão dos locais em que a funcionalidade pode estar activa é feita inteiramente a partir do dispositivo, sem que sejam partilhados dados com a empresa. A fabricante acrescentou ainda que uma próxima versão do sistema operativo deverá permitir desligar esta geolocalização.

Os iPhones 11 foram apresentados em Setembro. A gama inclui três modelos: o 11, o 11 Pro e o 11 Pro Max.

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