Morreu em cirurgia para retirar pinça esquecida no abdómen. Indemnização chega 25 anos depois

Homem morreu durante cirurgia para retirar objecto cirúrgico.

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Tribunal Europeu dos Direitos do Homem ditou compensação PAULO PIMENTA/arquivo

Depois de um recurso enviado ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH), António Silva, filho de um homem que morreu em 1994 durante uma cirurgia para retirar uma pinça esquecida pelo médico no abdómen, irá receber uma indemnização de 32.500 euros do Estado português.

A notícia é avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Notícias. O diário relembra o caso do paciente que, em 1988, foi submetido a uma cirurgia para extrair o rim esquerdo. Apesar de a recuperação ter corrido normalmente, o homem de 63 anos queixava-se de um mal-estar na zona da barriga.

Aguentou o incómodo durante seis anos, até que, em 1994, realizou uma radiografia, que mostrou uma pinça esquecida no abdómen durante a extracção do rim. Foi transportado de urgência para o Hospital São João e operado pelo mesmo médico que, seis anos antes, se tinha esquecido da pinça no corpo do paciente.

Uma hemorragia grave ditou a morte deste paciente, aos 69 anos, com o óbito a ser decretado após a conclusão da cirurgia. 

Desde esse momento que a família do paciente travou uma batalha legal nas várias instâncias da justiça portuguesa. Essa luta foi selada na quinta-feira, com a notificação de que o Estado português ia indemnizar a família em 32.500 euros.

O TEDH não chegou a decidir se existiu negligência neste caso, visto que Estado e família concordaram terminar com o processo antes de ser proferida a sentença. 

A “declaração de solução amigável” foi levada pelas partes ao TEDH e por este homologada em decisão no dia 5 de Dezembro.“O pagamento constituirá a resolução final do caso”, determinou o TEDH no seu acórdão, consultado esta sexta-feira pela agência Lusa. Com Lusa

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