FC Porto venceu o jogo da poupança

Portistas triunfam por 0-3 sobre o Casa Pia e passam a somar seis pontos no Grupo D da Taça da Liga.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

Oitenta anos depois de se terem defrontado pela última vez, Casa Pia e FC Porto voltaram a estar frente a frente, mas o desfecho foi o mesmo dos quatro confrontos na história comum dos dois clubes. Numa noite fria no campo Pina Manique, os portistas triunfaram por 3-0 e continuaram bem colocados para chegarem à final a quatro da Taça da Liga. A equipa de Sérgio Conceição passou a ter seis pontos em dois jogos do Grupo D, estando a par do Desportivo de Chaves, enquanto os casapianos ficam com zero pontos (tal como o Santa Clara) e fora da luta pelo apuramento.

Com as diferenças de estatuto, Casa Pia e FC Porto apresentavam-se em campo com uma visão comum deste jogo: ambos têm coisas mais importantes com que se preocuparem do que um jogo para a Taça da Liga a meio da semana. Os “gansos” lutam pela manutenção na II Divisão (estão em penúltimo) e preferem poupar recursos para a viagem a Coimbra no domingo, os “dragões” lutam pelo título na I Liga e não querem ir cansados para o Jamor defrontar o Belenenses SAD. Muita rotação fizeram os treinadores Rui Duarte e Sérgio Conceição, que chegaram a cruzar-se no Olhanense, o primeiro como jogador em final de carreira, o segundo como treinador a dar os primeiros passos.

Do lado do Casa Pia, apenas subiram ao relvado quatro dos mais utilizados no campeonato, enquanto do lado portista não havia nenhum titular daqueles indiscutíveis. Mas, mesmo entre equipas de suplentes, as diferenças foram sendo evidentes, apesar do jogo não ter tido golos durante 50 minutos.

Não foi uma diferença assim tão grande como isso, porque o Casa Pia foi uma equipa organizada e solidária, sem se aventurar muito, mas a dar uma réplica interessante e com alguns jogadores em destaque, como o promissor central brasileiro Caio Marcelo, o médio formado no Sporting Kikas, ou o rápido extremo Kenidy. Entre os portistas, não havendo uma coesão colectiva, havia individualidades que tentavam sobressair, sobretudo Diaz, Manafá e Nakajima.

Foi à base das individualidades que o FC Porto foi deixando o Casa Pia entrincheirado na sua área. Logo aos 4’, Saravia avançou pelo flanco direito e deixou para Tiquinho Soares tentar um remate acrobático que não criou problemas ao jovem guarda-redes Van der Laan. Foi mais ou menos assim o ataque portista no primeiro tempo, remates a passarem longe da baliza. A excepção aconteceu aos 40’, com Bruno Costa a ganhar espaço na área para um remate que Van der Laan, bem colocado, defendeu. Pouco depois, o Casa Pia também conseguiu o seu primeiro remate enquadrado com a baliza de Diogo Costa, de Kenidy, que saiu fraco e à figura.

A estreia de Saravia

Nenhum dos treinadores reagiu depois do nulo ao intervalo, mas a pressão portista manteve-se e deu frutos aos 50’. O Casa Pia não conseguiu desfazer um ataque adversário e a bola ficou nos pés de Sérgio Oliveira. O capitão de serviço para esta noite viu bem a desmarcação de Saravia, e o lateral argentino aproveitou uma saída em falso do guardião casapiano para fazer de cabeça o primeiro golo do jogo e o primeiro da sua carreira profissional.

Era a qualidade individual dos jogadores do FC Porto a impor-se no jogo e, mesmo depois de uma boa fase da equipa da II Liga, foi a equipa de Sérgio Conceição a deixar o jogo fora do alcance do anfitrião. Aos 68’, Diaz recebeu uma bola de Bruno Costa e fez o 0-2 num remate cruzado, e, aos 72’, foi Tiquinho Soares a fazer o 0-3, beneficiando de alguma passividade da defesa casapiana.

Depois, ainda deu para mais uma estreia absoluta no FC Porto, Tomás Esteves, um lateral de 17 anos, e o reencontro de um veterano internacional português com um “velho” inimigo – Jorge Ribeiro, de 38 anos e 9 vezes internacional A, ainda entrou na segunda parte. Nada mais mudou em Pina Manique e ninguém fez muito mais por isso.

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