Google “seria um jovem adulto de 21 anos e estaria na altura de sair do ninho”, dizem fundadores na despedida

Larry Page e Sergey Brin que fundaram o Google na década de 1990 dizem que está na altura de acompanhar o futuro da empresa como pais orgulhosos, menos envolvidos na gestão.

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Larry Page (esquerda) e Sergey Brint criaram o Google na década de 1990 Reuters/Kimberley White
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Page e Brin, fotografados em 2008 Reuters/Jacob Silberberg
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Page, numa fotografia deste ano Reuters/Elijah Nouvelage

Depois de mais de 20 anos em cargos de topo no Google, os fundadores da gigante tecnológica, Larry Page e Sergey Brin, anunciaram que vão abandonar as posições de chefia na Alphabet que é a empresa-mãe do Google. As vagas serão ocupadas por Sundar Pichai, actual presidente executivo do Google que passa a acumular cargos. A novidade foi partilhada pelos próprios Page e Brin numa carta publicada no blogue oficial da empresa.

“Está na altura de assumirmos o papel de pais orgulhosos – que dão conselhos e amor, mas não ralham diariamente!”, lê-se no texto assinado por ambos. “Se hoje, em 2019, a nossa empresa fosse uma pessoa, seria um jovem adulto de 21 anos e estaria na altura de sair do ninho.”

Desde 2015 que Page e Brin ocupavam, respectivamente, os cargos de presidente executivo (CEO) e presidente do conselho de administração da Alphabet, que surgiu em 2015 na sequência de uma restruturação da tecnológica norte-americana.

O papel de Larry Page e Sergey Brin era distribuir os recursos disponíveis entre as várias subsidiárias, e monitorizar o trabalho de cada um dos presidentes executivos das empresas do grupo. Com a saída de Page e Brin, será Sundar Pichai, presidente executivo do Google há quatro anos, que passará também a ser responsável pela gestão da Alphabet. Há algum tempo que ambos os fundadores se preparavam para a saída, com Sundar Pichai a desempenhar recorrentemente o papel de porta-voz na apresentação de resultados da Alphabet.

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Sundar Pichai irá assumir a liderança da Alphabet Brandon Wade/Reuters

“Com a Alphabet bem estabelecida, e o Google e as outras apostas a funcionarem como empresas independentes está na altura de simplificar a nossa estrutura de gestão”, justificam Page e Brin na carta de despedida. “Nunca fomos o tipo de pessoas para se agarrarem a posições de liderança se achamos que há formas melhor de gerir uma empresa. E a Alphabet e o Google já não precisam de dois CEO e de um presidente”.

Foi em 1996, quando Larry Page e Sergey Brin eram recém-licenciados em engenharia informática da Universidade de Stanford, que o trabalho para o Google começou. Apesar de inicialmente terem antipatizado um com outro, juntaram-se para simplificar a forma de procurar informação online. Na altura, além da conexão mais lenta, era muito difícil encontrar informação relevante com motores de busca que davam prioridade a sites com base em palavras-chave. Ou seja, bastava um site repetir a palavra ‘vegetariano’ milhares de vezes para ser o número um no tema. Juntos criaram o BackRub, um programa disponível no site da universidade que percorria a Web para encontrar os sites que eram referidos mais vezes por outros sites através de hiperligações. Com o tempo, viria a evoluir para o motor de busca Google.

“No entanto, desde que escrevemos a nossa primeira carta como fundadores, a empresa evoluiu e maturou. Só dentro do Google, há todos os serviços de consumidores que vieram depois do motor de busca, como o Maps, o Photos e o YouTube”, nota a dupla. 

Apesar de deixarem a presidência da Alphabet, Page e Brin frisam que continuarão disponíveis para aconselhar Sundar Pichai como membros do conselho executivo. “Sentimo-nos profundamente honrados por ter visto um projecto pequeno trannsformar-se numa fonte de conhecimento e poder para milhares de milhões – de [ter visto] uma aposta que fizemos como estudantes em Stanford dar origem a uma multitude de outras apostas tecnológicas”, resumem.

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