Ouça aqui o regresso de Joana Gama a Satie em Arcueil

Dois anos depois da edição de Satie.150, a pianista Joana Gama prepara-se para editar o segundo capítulo da sua homenagem ao mestre francês do minimalismo. Intitulado Arcueil, é um livro/disco que reúne música a texto, ilustração e gravura e será apresentado amanhã num concerto no Teatro São Carlos, em Lisboa. Antes disso, pode ouvi-lo aqui em exclusivo.

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Eduardo Brito

I Love Satie”. Já sabíamos, e Joana Gama já tinha deixado bem evidente esse apreço, quer através do disco que editou em 2017 (Satie.150), quer nos concertos que em 2016, quando se assinalaram 150 anos sobre o seu nascimento, lhe dedicou ao longo de todo esse ano. “I Love Satie”, frase imortalizada em pin, foi utilizada pela pianista bracarense como cartaz das actuações do mestre francês do minimalismo, essa “figura tão interessante quanto enigmática” nascida em 1866 e falecida em 1925, cuja marca se prolonga no tempo.

Arcueil é, então, Joana Gama a reincidir. O segundo álbum que a pianista bracarense dedica ao compositor chega esta quinta-feira às plataformas digitais e pode ouvi-lo aqui. O lançamento é assinalado, no mesmo dia, com um Concerto Antena 2 no foyer do Teatro São Carlos, em Lisboa, marcado para as 18h30 – mais à frente, dia 14 de Dezembro, o disco será também apresentado no Museu Nogueira Silva, em Braga, às 18h30.

Tal como Satie.150, Arcueil é um diálogo. Joana Gama interpreta Erik Satie e leva-o ao convívio com a obra de outros compositores, como os portugueses Marco Franco e Vitor Rua, os americanos John Cage e Morton Feldman e o catalão Federico Mompou. Arcueil é a localidade nos arredores de Paris de onde Satie partia regularmente para longas caminhadas até ao centro da cidade, registando no percurso diversas ideias musicais. “Dizem até que há um certo ritmo nas suas peças que pode ser fruto do facto de pensar nelas enquanto andava”, contava Joana Gama ao Ípsilon em 2016.

Arcueil é nova caminhada de Joana Gama sob a influência de mestre Satie. Caminhada que, nesta edição, acompanhamos de diversas formas. Há a música gravada, claro, mas haverá mais. Trata-se, afinal de um livro/disco que, co-editado pela Miasove e Boca, reúne a música a textos, desenhos ou gravuras da autoria de Marco Franco, Nuno Moura, Ricardo Jacinto, André Laranjinha, Tiago Cutileiro e Vítor Rua.

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