Infante Santo é um perigo para peões, mas as obras ainda demoram

Câmara de Lisboa diz que em breve vai apresentar um projecto preliminar que inclui a construção de um separador central e o estreitamento das vias de trânsito.

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A Av. Infante Santo é uma das mais movimentadas da cidade Miguel Manso/PUBLICO

Foi num dia em que houve três atropelamentos na Av. Infante Santo que Joana Sousa Coutinho decidiu lançar uma petição para obrigar a Câmara de Lisboa a tomar medidas. Muito trânsito, grandes velocidades, poucas passadeiras. Foi este o diagnóstico que 559 pessoas subscreveram e levaram à assembleia municipal, que esta terça-feira se debruçou sobre o tema.

“É uma avenida muito longa e tem um elevado grau de inclinação. Circulam milhares de viaturas por dia e existem muitos atropelamentos e acidentes de viação”, descreveu Joana Coutinho perante os deputados. “Os semáforos e a sinalização são totalmente insuficientes e os carros atingem facilmente os 80 km/h”, continuou.

Para Gonçalo Osório, outro peticionário que tomou a palavra, “é altura de os decisores políticos passarem das palavras aos actos” pois “o diagnóstico está feito”. Os subscritores sugeriram a criação de um separador central, a colocação de lombas, semáforos e mais passadeiras. Deixaram até a proposta de ser construído um túnel para escoar o tráfego e libertar a superfície de carros.

Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade e Segurança, não revelou se esta solução lhe agrada, mas comprometeu-se com todas as outras. A câmara está a trabalhar num projecto que prevê “introdução de separador central, introdução de árvores na avenida, estreitamento das vias para as adequar à velocidade máxima de 50 km/h, mais travessias pedonais, melhoria dos corredores bus”. Segundo o vereador, “já em Janeiro” estará pronto “um projecto preliminar”, mas obras propriamente ditas ainda vão demorar.

A celeridade na intervenção foi o principal pedido da assembleia. “As soluções só pecam por tardias”, disse Ana Páscoa, do PCP. “Já se sucederam vários executivos da câmara e da junta e esta situação tem-se mantido”, lamentou Margarida Penedos, do CDS, pedindo rapidez à câmara para os deputados não se tornarem “cúmplices de mais uma tragédia que possa vir a acontecer”. Para Cláudia Madeira, de Os Verdes, “o projecto tarda em ser apresentado” e devia vir acompanhado do “prolongamento da linha do metropolitano até Alcântara” para reduzir o trânsito na avenida.

Já Luís Newton, do PSD, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, apoiou a ideia de ser construído um túnel e criticou o executivo socialista por ter mexido no trânsito junto ao rio sem acautelar as consequências que isso traria para outras vias. “O encerramento da circular ribeirinha representou um desvio significativo do fluxo de trânsito que existia antes para dentro da cidade, a acontecer especificamente pela Av. Infante Santo”, referiu.

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