De cruzamentos e mau relvado se fez o sorriso do Sp. Braga

O Rio Ave fez uma má primeira parte – e sofreu com isso –, mas acabou por desperdiçar as melhores oportunidades de golo, ficando a dever a si próprio pelo menos um ponto ganho em Braga.

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Ricardo Horta fez o segundo golo do jogo LUSA/HUGO DELGADO

Num relvado indigno de um jogo de I Liga, o Sp. Braga subiu ao quinto lugar da tabela, nesta segunda-feira, com um triunfo frente ao Rio Ave, por 2-0. A partida ficou marcada por vários erros técnicos dos jogadores, sobretudo na recepção de bola, algo indissociável do estado do relvado do Municipal de Braga, visivelmente em más condições – será trocado em breve.

Ressaltos e buracos à parte, os primeiros 45 minutos ficaram marcados por uma autêntica avalanche de cruzamentos. Foi essa a via escolhida pelo Sp. Braga para chegar à área do Rio Ave e não foi apenas uma vez. Nem duas. Nem cinco. Foram muitas mais vezes, nuns primeiros 45 minutos recheados de solicitações vindas dos corredores laterais. E o motivo não foi trivial.

Foi, primeiro, porque é uma via já habitual nesta equipa minhota. E foi, em segundo lugar, porque o Rio Ave fechou bastante os laterais, convidando o Sp. Braga, sempre dominador, a apostar nos corredores.

Com o forte “povoamento” da zona central, a equipa de Vila do Conde conseguiu suster quase todas as investidas do adversário em cruzamentos, sobretudo de Sequeira e Diogo Viana. Até que a história mudou. Aos 41 minutos, Sequeira cruzou, o Rio Ave ficou, ao contrário do que acontecera até então, em igualdade numérica na área, e Fransérgio “amorteceu” para o remate de Paulinho, de primeira. Foi o quinto golo do avançado no campeonato.

Da parte do Rio Ave assistiu-se a pouca presença ofensiva, com a equipa a adoptar um modelo táctico teoricamente desconexo do sistema: esperava-se alguma predisposição para o momento ofensivo, com o 4x4x2 pontificado por Taremi e Bruno Moreira, mas a equipa jogou, sobretudo, em transições. E pouco aproveitou – exceptuando as saídas e remates aos sete e aos 32 minutos (ambos por Bruno Moreira) – o espaço deixado entre as linhas ofensiva e defensiva de um Sp. Braga a pressionar alto, mas sem o fazer em bloco. Bruno Moreira e Taremi estiveram sempre algo desacompanhados, sem jogadores com os quais combinarem.

Rio Ave regressou diferente

A segunda parte foi mais equilibrada, com um Rio Ave mais predisposto a surgir na área adversária e com o Sp. Braga visivelmente desgastado fisicamente – houve jogo europeu a meio da semana. O Rio Ave acabou por ter boas oportunidades, com destaque para os 66 minutos, momento em que Taremi recebeu com classe na esquerda, puxou para dentro, e quando o golo parecia inevitável, o iraniano tornou-o evitável, rematando muito ao lado – o relvado não terá ajudado.

Pouco depois, Bruno Moreira desperdiçou mais uma boa oportunidade, não conseguindo finalizar, já dentro da área, um lance em que Eduardo já não estava na baliza. Já nos últimos dez minutos, com o Rio Ave balanceado para o ataque, o recém-entrado Rui Fonte isolou Ricardo Horta, que bateu Kieszek, “matando” o jogo.

Em suma, o Rio Ave teve uma má primeira parte – e sofreu com isso –, mas acabou por desperdiçar as melhores oportunidades de golo, ficando a dever a si próprio pelo menos um ponto ganho em Braga.

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