Papa elogia jovens pelo clima: “Desviaram o olhar do telemóvel e arregaçaram as mangas”

Francisco diz que os adultos devem seguir o exemplo dos jovens na defesa do ambiente.

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Manifestante da greve climática desta sexta-feira, no Porto Paulo Pimenta

O Papa Francisco salientou este sábado o papel “de vanguarda” dos jovens na defesa e na preservação do meio ambiente, frisando que os adultos podem aprender com estes como cuidar melhor da natureza.

O pontífice falava durante uma audiência no Vaticano com milhares de estudantes e de professores que participaram num encontro mundial dedicado ao ambiente e às questões ecológicas.

“Nós, os adultos, podemos aprender com os jovens que, em tudo o que está relacionado com a protecção da natureza, estão na vanguarda”, declarou Francisco.

A audiência no Vaticano foi o ponto final de um encontro mundial, intitulado Io posso ("Eu posso”, em português), organizado por uma rede de escolas católicas que reuniu cerca de 4000 jovens de todo o mundo.

Durante o encontro, os jovens analisaram a encíclica do Papa Francisco dedicada ao meio ambiente Laudato Si, apresentada em 2015.

O líder da Igreja Católica, que sempre foi sensível às questões ecológicas e aos assuntos relacionados com a defesa do ambiente, incentivou pais e professores a apoiarem o compromisso dos jovens na defesa do planeta.

“Queridos rapazes e raparigas, vejo em vós uma confiança corajosa. Sim, a confiança e a coragem de um projecto para uma melhoria ambiental e social cada vez mais concreto, que pode deixar uma marca”, enalteceu o Papa.

Dirigindo-se directamente aos jovens, Francisco salientou que eles estão a fazer “a escolha certa”: “Desviaram o vosso olhar do ecrã do telemóvel e arregaçaram as mangas para se colocarem ao serviço da comunidade.”

Desde Agosto de 2018, milhares de estudantes têm participado numa greve climática global, sempre à sexta-feira, que já envolveu jovens de 6,6 mil cidades de 223 países, segundo o site oficial do movimento.

Na sexta-feira, e a poucos dias do arranque em Madrid (Espanha) da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25), a luta pela justiça climática voltou às ruas. Em Lisboa, por exemplo, cerca de duas mil pessoas, na sua maioria jovens, pediram medidas concretas contra as alterações climáticas.

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