Primeira versão do Green Deal de Von der Leyen alvo de críticas

Documento de trabalho ainda deverá sofrer várias alterações, até ser revelada a versão final, programada para 11 de Dezembro. Greenpeace já avisou que medidas agora propostas não chegam para travar a emergência climática

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Uma das medidas previstas pela comissão é um plano de resturação da floresta Reuters/Piroschka Van De Wouw

Ainda é só uma primeira versão, um “documento interno” que deverá ser ainda bastante alterado antes do resultado final, mas o Pacto Ecológico Verde (Green Deal) que a comissão de Ursula von der Leyen quer ter pronta até 11 de Dezembro já não é segredo e recebeu as primeiras críticas.

O documento, que terá sido enviados aos diferentes Estados-membros para que forneçam os seus contributos, foi revelado pelo site de notícias Euroactiv e já foi devidamente analisado pela Greenpeace, que não teve contemplações: “Vai ter um impacto mínimo na actual situação de emergência climática”, considera, em comunicado, o ramo europeu da organização ambientalista. “Simplesmente não está à altura” das actuais exigências, resumiu Sebastian Mang, conselheiro europeu para o clima da organização.

E o que diz esta primeira versão do documento? Que será apresentada em Março de 2020 uma nova Lei do Clima, que consagra 2050 como o ano da neutralidade climática da União Europeia. Que na mesma altura será apresentada uma visão estratégica com novas ambições para a preservação da biodiversidade a nível global (com medidas concretas previstas para o ano seguinte). Que em 2030 devemos assistir a uma redução de emissões “de pelo menos 50% e em direcção aos 55%”, com base num plano que deverá ser apresentado em Outubro de 2020. Que será eliminada “toda a legislação incoerente que reduza a eficiência na prossecução do Pacto Ecológico Verde”.

O documento revelado aponta ainda para a criação de um “plano de acção para financiamento verde” que deverá ser apresentado em Junho do próximo ano. E indica que será lançado um plano de restauração da floresta e que será “revista toda a legislação existente afectando a agricultura e a floresta para garantir que está em linha com renovadas ambições do clima e biodiversidade”. A mudança do transporte rodoviário para o ferroviário será apoiada, com o objectivo de que “75%” do primeiro passar a ser efectuado sobre carris e vias navegáveis, escreve-se ainda.

Há várias outras medidas, mas nada que sossegue a Greenpeace que, desde logo, e a par com outras associações ambientalistas, defende que uma redução de emissões inferior a 65% nunca será suficiente para atingir os parâmetros do Acordo de Paris, de manter o aquecimento global bem abaixo dos 2 graus Celsius e, se possível, limitado a 1,5 graus.

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