Trabalhadores dos call centers em greve em Dezembro porque empresas não querem “dialogar com os sindicatos”

Sindicatos dizem que trabalhadores recebem salários muito baixos, não têm condições de trabalho e são eternamente precários, pois trabalham em regime de subcontratação.

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Adriano Miranda

Os trabalhadores dos centros de atendimento telefónico de empresas vão continuar ao longo de Dezembro a greve intermitente que iniciaram a 1 de Novembro por melhores salários e condições de trabalho, disse esta sexta-feira fonte sindical.

Vítor Correia, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV), disse à agência Lusa que foi emitido um novo pré-aviso de greve, para vigorar entre 1 e 22 de Dezembro, porque as empresas do sector, de trabalho temporário e outsorsing, “continuam a não querer dialogar com os sindicatos”.

Os trabalhadores dos centros de atendimento telefónico de empresas vão também participar numa concentração contra a precariedade no sector das telecomunicações, que se realiza na quinta-feira junto ao Ministério do Trabalho. Estes trabalhadores fizeram um dia de greve nacional no final de Outubro e estão desde o início de Novembro abrangidos por um pré-aviso de greve que lhes dá a possibilidade de paralisar nos dias que entenderem, mas em períodos de hora e meia.

Segundo o SINTTAV, esta foi a forma encontrada pelos trabalhadores dos call-centers para surpreender as empresas, que normalmente reorganizam as tarefas para evitar o impacto negativo das greves. De acordo com Vítor Correia, o número de trabalhadores a fazer greve tem aumentado ao longo do mês, sobretudo na Ramstaad.

O pré-aviso de greve é válido até ao último dia do mês de Novembro, das 11h00 às 12h30, das 15h00 às 16h30 e das 19h30 às 21h00. A greve de Dezembro decorrerá nos mesmos períodos e nos mesmos moldes.

Segundo Vitor Correia, estes trabalhadores auferem salários muito baixos, não têm condições de trabalho e são eternamente precários, pois trabalham em regime de subcontratação.

Na base da luta está também a reivindicação de integração nos quadros das empresas para as quais prestam serviços, nomeadamente a MEO, NOS, Vodafone, EDP, Segurança Social. Se os trabalhadores dos call-centers das empresas de telecomunicações fossem integrados nos quadros das empresas onde prestam serviço passariam a ser abrangidos pela contratação colectiva e teriam mais direitos e melhores condições de trabalho, considerou o sindicalista.

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