“Bis” de Aboubakar mantém FC Porto vivo na Liga Europa

Camaronês foi titular pela primeira vez nesta época e decidiu, em quatro minutos, um jogo que ameaçou a continuidade do “dragão” na prova.

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Aboubakar,Aboubakar Reuters/DENIS BALIBOUSE,Reuters/DENIS BALIBOUSE
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Momento do jogo entre o Young Boys e o FC Porto Reuters/DENIS BALIBOUSE
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Momento do jogo entre o Young Boys e o FC Porto LUSA/PETER KLAUNZER
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A festa dos jogadores do FC Porto LUSA/PETER KLAUNZER
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O lance do golo do Young Boys LUSA/PETER KLAUNZER
Jirí Pavlenka
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Momento do jogo entre o Young Boys e o FC Porto Reuters/DENIS BALIBOUSE
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Momento do jogo entre o Young Boys e o FC Porto LUSA/ALESSANDRO DELLA VALLE

Um “bis” do improvável Vincent Aboubakar (75’ e 79’) carimbou, na Suíça, uma providencial vitória portista — com direito a reviravolta — sobre o Young Boys (1-2), evitando o pior dos cenários: um adeus prematuro à Liga Europa, a uma jornada do fim da fase de grupos. 

Os “azuis e brancos” aproveitaram ainda para igualar os suíços na tabela (com sete pontos), mas assumindo já o segundo lugar, a um ponto do Rangers, mantendo totalmente intactas as aspirações para a passagem aos 16 avos-de-final, sem depender de terceiros — decisão adiada para a última jornada, em casa, frente ao Feyenoord.

A perder por 1-0, na sequência de um golo de Fassnacht, logo nos minutos iniciais, o destino do FC Porto parecia traçado, atendendo ao historial de deslocações num grupo imprevisível e, sobretudo, à incapacidade de responder de forma cabal a mais um golo a abrir, numa altura em que a equipa de Sérgio Conceição parecia ter as coordenadas do jogo.   

Apesar de alguns sintomas preocupantes, vincados pela desvantagem, o FC Porto rejeitou liminarmente a sentença e uma despedida sem brilho nem glória, recusando encerrar de forma envergonhada uma participação europeia profundamente marcada pela frustração da eliminação na Champions. Mas foi preciso esperar pela segunda parte e pelo renascimento do internacional camaronês, a emergir no dia em que ganhou, surpreendentemente, a titularidade pela primeira vez nesta época. Aboubakar imitava o brasileiro Soares, que bisara no Dragão (2-1), selando assim a segunda vitória portista na competição — e dando um novo rumo e visão ao FC Porto. 

Na hora da verdade, o “dragão” evitava a “extinção” e um destino que parecia traçado desde o momento em que foi atirado pelo Krasnodar para os palcos secundários, assumindo, antes, uma posição dominante, que lhe permite pensar com optimismo na qualificação. 

Frente ao único adversário que havia conseguido superar nesta Liga Europa, Sérgio Conceição sabia que só a vitória servia. Ciente da responsabilidade do duelo com os helvéticos, concedeu o esperado indulto a Marchesín, com o argentino a recuperar a titularidade na baliza. O treinador portista optou ainda pela dupla Pepe/Marcano, conferindo maior experiência e peso a uma linha que manteve Mbemba (deslocado para a direita), libertando Corona para acções mais nobres. Aproveitando as últimas indicações deixadas pelo médio senegalês Loum, Conceição não tinha grande margem para surpreender. Ainda assim, optou por conceder a titularidade a Aboubakar, formando uma dupla de respeito na frente. Só que o camaronês ainda precisava de algum tempo para explodir, revelando-se incapaz de surpreender os suíços.

Assente num futebol vertical, de velocidade e grande mobilidade no ataque, o Young Boys beneficiava do golo obtido num livre em zona lateral  e que transformou num trunfo determinante para influenciar o ritmo de uma primeira parte que obrigava o FC Porto a debater-se para sair de um labirinto que só Corona parecia  capaz decifrar. Uma ansiedade alimentada pelas defesas de Von Ballmoos e pelo árbitro, Tamás Bognár, que perdoou um penálti de Zesiger sobre Marega (45+1’). 

No regresso dos balneários, Conceição arriscava tudo e o FC Porto mudava de vez a face do jogo, invariavelmente com Corona a carregar a equipa e Ballmoos a manter o nível, adiando até ao limite a emancipação de Aboubakar. O camaronês assumia, finalmente, a veia de verdadeiro “matador” de que o FC Porto tanto precisava, transformando-se numa arma de repetição que tudo mudou no intervalo de quatro minutos, com a equipa a unir-se no final.

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