A minha escolha

A preocupação em procurar fazer reformas estruturais para o país e, para isso, alcançar consensos não pode colidir com a autonomia daquele que é o maior partido português.

As escolhas que fazemos são tanto mais fortes quanto maior for a convicção com que são feitas. As escolhas baseadas na exclusão das alternativas mostram a fragilidade das posições que assumimos.

E num momento em que se discute a liderança do PSD eu não poderia deixar de fazer a minha escolha, baseada numa forte convicção e nunca numa mera exclusão de partes. Mas importa também começar por deixar claro que esta me responsabiliza apenas a mim, Margarida Balseiro Lopes, porque é uma posição pessoal.

Quando escolhi aderir ao Partido Social Democrata fiz a escolha por um partido que antes de tudo defende a Liberdade. Começando na sua vida interna e no respeito pela liberdade de pensamento e pelo direito à diferença também dos seus militantes. Que na escolha entre o indivíduo e o coletivo privilegia sempre o primeiro e garante permanentemente que a única coisa que se sobrepõe à regra da maioria é o respeito que devemos ter pela individualidade.

Uma liberdade que se garante com a robustez das instituições e a sua independência. Do poder político, ao poder judicial, sem esquecer a liberdade de imprensa e o papel imprescindível que esta tem na preservação da Democracia.

Uma Democracia que precisa que o PSD seja um firme defensor do combate à corrupção. Não só trazendo o tema para a agenda política, como sendo consequente nesse combate. É, por isso, que uma das marcas do PSD nos últimos anos foi a questão da criminalização do enriquecimento ilícito, que deve voltar para a primeira linha do discurso do PSD.

Um PSD que tem na igualdade de oportunidades o seu principal desígnio. Um PSD que também sabe que nenhuma sociedade se deve construir sem a garantia de justiça social. E que para isso precisa de um Estado forte, mas não omnipresente. Um Estado que ajude os mais fracos, mas que não nos asfixie.

Defendo que o PSD deve agregar as suas várias tendências internas e rejeitar uma visão unidimensional do partido. Perdemos recentemente demasiado tempo a discutir um alegado problema de posicionamento ideológico, quando em muitos dos casos o problema que demonstrámos foi, antes, de posicionamento político.

A demarcação do PS tem de ser clara. A preocupação em procurar fazer reformas estruturais para o país e, para isso, alcançar consensos não pode colidir com a autonomia daquele que é o maior partido português. Sob pena da ausência de uma alternativa clara ser contrária ao interesse do País.

Estou profundamente convicta que há um candidato que representa não só a liberdade, nas suas múltiplas dimensões, como terá a capacidade de afirmar o Partido Social Democrata como uma alternativa clara ao Partido Socialista.

Por tudo isto, a minha escolha é Luís Montenegro.

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